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"Jamais ficaremos em silêncio enquanto nosso povo estiver sujeito à violência que ameaça a vida", afirma o Conselho "Jamais ficaremos em silêncio enquanto nosso povo estiver sujeito à violência que ameaça a vida", afirma o Conselho

Sudão do Sul. Conselho inter-religioso faz apelo à paz face ao aumento da violência

"Como líderes da Igreja jamais ficaremos em silêncio enquanto nosso povo estiver sujeito à violência que ameaça a vida." A violência "está continuamente aumentando e é uma fonte de grande preocupação". "Onde está o governo do Sudão do Sul quando as comunidades estão apontando armas umas para as outras? E qual é a verdade por trás dessa violência sem sentido." "Apelamos a todo o Sudão do Sul e ao condado de Tombura da Equatoria Ocidental, para que cessem a violência em curso", pede o Conselho

Vatican News

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Um mês após a eclosão, entre os dias 19 e 22 de junho, de um acirrado conflito intercomunitário na Equatoria Ocidental, estado do Sudão do Sul, a violência não dá sinal de arrefecimento, pelo contrário, está se intensificando. Além das comunidades Azande e Balanda no condado de Tombura, o conflito está crescendo cada vez mais na cidade de Yambio.

Na origem da crise estão os tiroteios, saques e devastação perpetrados por homens armados desconhecidos que forçaram mais de 21 mil pessoas, metade das quais crianças, a fugir.

Diante desta situação dramática, o "Conselho Interreligioso para a Iniciativa de Paz", presidido pelo bispo católico de Tombura-Yambio, dom Eduardo Hiiboro Kussala, emitiu uma declaração, implorando um cessar-fogo imediato que permita a reconciliação na região.

Jamais silenciaremos diante da violência que ameaça a vida

"Como líderes da Igreja - diz a declaração, datada de 19 de julho - jamais ficaremos em silêncio enquanto nosso povo estiver sujeito à violência que ameaça a vida." "Apelamos a todo o Sudão do Sul e ao condado de Tombura da Equatoria Ocidental, para que cessem a violência em curso", continua a declaração.

A violência, de fato, "está continuamente aumentando e é uma fonte de grande preocupação". "Onde está o governo do Sudão do Sul quando as comunidades estão apontando armas umas para as outras? E qual é a verdade por trás dessa violência sem sentido", pergunta o Conselho.

Por esta razão, o órgão inter-religioso exorta todas as partes em causa a "parar imediatamente" para não prejudicar ainda mais as comunidades vítimas dos confrontos e atrocidades perpetrados na região.

Atingidos são nossos irmãos e irmãs, não a elite ou políticos

"Aqueles que estão sendo atingidos - ressalta o Conselho - são nossos irmãos e irmãs, não a elite ou os políticos mentirosos que vivem a salvo e seguros da violência e da destruição", sem nenhum sofrimento. "Lançamos um apelo: acabem com a violência", diz ainda a nota.

Ao mesmo tempo, os signatários do comunicado enfatizam que o que está acontecendo de forma "assustadora", levando cada vez mais a "infringir a lei e a ordem", é "sintomático de uma série de fatores que não podem ser ignorados".

Estes incluem, sem dúvida, "a trágica história do Sudão do Sul, a corrupção endêmica, as lutas políticas, a decadência moral, o desprezo pela lei e as condições econômicas desfavoráveis exacerbadas pela pandemia da Covid-19".

A violência sempre gera mais violência

Reiterando, em seguida, que o conflito em curso "não trará nenhuma mudança, mas apenas acabará piorando a crise", o Conselho Inter-religioso enfatiza: "A violência sempre gera mais violência, causa sofrimento imediato e a longo prazo para todos, e não resolve as questões cruciais do país que precisam ser tratadas com urgência".

O comunicado conclui-se com um forte apelo aos políticos de todas as convicções a fim de que "parem de usar esta crise para manipular a população, espalhando comentários irresponsáveis na mídia". Esta atitude "deve ser condenada", reitera o Conselho, mais ainda porque, ao fazê-lo, a liderança política demonstra "ser inadequada".

Membros do Conselho Inter-religioso

O Conselho Inter-Religioso para a Iniciativa de Paz inclui representantes católicos, anglicanos, luteranos, pentecostais e muçulmanos, assim como expoentes da Igreja interna africana do Sudão.

Vatican News – IP/RL

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23 julho 2021, 11:29