Filipinas. Apelo dos bispos ao Presidente Duterte: restabelecer unidade da nação
Vatican News
O presidente Rodrigo Duterte deveria usar o tempo restante de seu mandato presidencial (as eleições estão marcadas para maio de 2022) para unir a nação e restaurar a dignidade aos serviços públicos, em favor dos cidadãos.
Esse é o apelo do presidente nacional da "Caritas Filipinas", dom José Colin Bagaforo, que após o último discurso presidencial sobre o "Estado da nação" (SONA 2021) convidou Duterte a demonstrar-se ser "pai da nação".
Concentrar nossas energias em unir o país
"Será importante se, pelo menos no tempo restante de seu mandato, ele mostrar dignidade e integridade", disse por sua vez à agência missionária Fides o secretário executivo da Caritas Nacional, padre Antonio Labiao, exortando Duterte a ser "um líder unificador, sobretudo em meio à pandemia da Covid-19".
"Devemos concentrar nossas energias em unir o país enquanto ainda estamos lutando com os efeitos devastadores da pandemia", disse ele.
Com a corrupção, roubam-se recursos destinados aos pobres
Após o discurso presidencial sobre o "Estado da nação" - um importante discurso público anual, no qual o presidente lança um olhar geral sobre a vida cívica e a situação geral do Estado, os principais desafios -, o secretário executivo da Comissão para a mídia e relações públicas da Conferência Episcopal das Filipinas, padre Jerome Secillano, lembrando as relações bastante difíceis entre a Igreja católica e o presidente nos últimos cinco anos, focalizou a luta contra a corrupção "que é uma séria preocupação para a Igreja católica". "Com a corrupção, os recursos destinados aos necessitados são roubados", disse ele.
A Igreja certamente continuará a fazer ouvir sua voz
Durante seu mandato presidencial, a campanha pública de Duterte concentrou-se na erradicação das drogas, do crime e da corrupção, mas depois o próprio presidente admitiu que todos esses problemas iriam além do final de seu mandato.
Padre Secillano exortou os cidadãos a "estarem mais atentos às promessas dos candidatos". "A Igreja certamente continuará a fazer ouvir sua voz especialmente quando o país escolher seus líderes nas eleições do próximo ano", disse, enfatizando os critérios de transparência, honestidade, atenção ao bem comum, defesa da dignidade humana e promoção dos mais pobres e vulneráveis, de acordo com a "política" entendida no mais alto sentido de "forma de caridade pública".
"Um Chamado à Oração e à Ação"
Num vídeo publicado em 26 de julho pela mídia oficial da Arquidiocese de Manila, e enviado à referida agência missionária, intitulado "Um Chamado à Oração e à Ação", os fiéis são convidados a "serem vigilantes e corajosos" nos preparativos para as próximas eleições.
O vídeo é introduzido por dois bispos: dom Broderick Pabillo, auxiliar da Arquidiocese de Manila e recentemente nomeado vigário apostólico de Taytay; e dom Socrates Villegas, arcebispo de Lingayen-Dagupan.
"Senhor, salvai vossos filhos da escuridão", rezou o bispo Villegas. Dom Pabillo, dirigindo-se aos filipinos, pediu-lhes que levantassem sua voz "em meio à chaga do terror e do engano, em meio à peste da violência e da injustiça, em meio à doença da ganância e da corrupção".
"O Senhor ouvirá nossas vozes - hora silenciosas e mansas, hora crescentes - não no ódio, mas no amor por este país. Ele enviará sua luz sobre nós", disse dom Pabillo.
Queda na aprovação do mandatário da nação asiática
As taxas de aprovação do presidente Duterte estão diminuindo nesta fase de sua vida pública devido à sua incapacidade de deter o aumento de casos de coronavírus no país do sudeste asiático.
De acordo com uma pesquisa internacional realizada pelo grupo londrino 'YouGov', os filipinos que classificaram a resposta do governo Duterte à pandemia como 'muito boa' ou 'bastante boa' caíram de 72% em maio para 51% no final de junho de 2021, uma queda de 21 pontos em um mês.
Numerosos membros da Igreja católica criticaram recentemente medidas e ações governamentais, como a lei antiterrorista e o fechamento da empresa de mídia e do canal de TV ABS-CBN, invocando o respeito ao Estado de direito e à democracia.
(com Fides)
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