Holocausto Cigano: a tragédia que o mundo esqueceu
Vatican News
Hoje, 2 de agosto memora-se o 77° Dia Internacional em Memória do Holocausto Cigano. A noite de 2 a 3 de agosto de 1944 é tristemente lembrada pelo infame assassinato de mais de 4.300 membros das minorias conhecidas como Sinti e Rromaníes, variantes culturais do mesmo grupo étnico. Esta noite é referida em alemão como "Zigeunernatch", "Noite dos Ciganos".
Perseguição e discriminação
Quando ouvimos alguém falar do Holocausto, é corriqueiro associarmos tal ideia com os seis milhões de judeus mortos por este genocídio que marcou a história da humanidade. Entretanto, não foram apenas eles os que sofreram com a perseguição nazista. Os povos Romani (ciganos) também foram alvo de perseguições, discriminação e massacres, muitas delas sem sequer terem sido feitas nos campos de concentração, mas sim pelos próprios oficiais nazistas, tamanho era o ódio que havia pelos ciganos. Estima-se que, aproximadamente, 500 mil ciganos tenham sido executados durante o período do "Porrajmos", expressão utilizada pelos Romani para definir a tragédia. Tal perseguição teve início em 1935, com a promulgação das Leis de Nuremberg, que vedavam o casamento de ciganos com arianos, bem como de decretos que ordenavam o envio de ciganos para campos de concentração, para serem esterilizados. Sem dúvidas, a guerra e o extermínio de judeus contribuíram para a radicalização dentre as lideranças nazistas sobre a questão cigana.
Papa Francisco pede perdão
Infelizmente ainda é clara a intensidade do preconceito e da discriminação que os ciganos sofrem até hoje. Em 2 de junho de 2019, durante sua viagem apostólica à Romênia, o Papa Francisco teve um encontro especial com grupos de ciganos. Na ocasião o Pontífice recordou: "É na indiferença que se alimentam preconceitos e fomentam rancores. Quantas vezes julgamos, imprudentemente, com palavras que doem, com atitudes que semeiam ódio e criam distâncias".
Pedindo perdão aos ciganos por todas as vezes que os discriminamos, disse:
O Papa concluiu o seu encontro com o convite a "caminhar juntos, lá onde estiverem, na construção dum mundo mais humano, superando medos e desconfianças, deixando cair as barreiras que nos separam uns dos outros, alimentando a confiança recíproca na busca, paciente e nunca vã, da fraternidade. A esforçar-se por caminhar juntos com dignidade: a dignidade da família, a dignidade de ganhar o pão de cada dia e a dignidade da oração. Sempre olhando para frente”.
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