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Guerra na Ucrânia, EUA: bloqueio do petróleo e gás russos

Novas medidas contra a economia russa duas semanas após o início da guerra. O presidente Zelensky, à Câmara dos Comuns, cita Shakespeare: "Ser ou não ser? Ser! Nós queremos existir”. Continua sem parar a fuga dos refugiados em direção da Europa ocidental.

Adriana Masotti e Andrea De Angelis – Vatican News

Enquanto os Estados Unidos anunciam medidas extraordinárias contra a economia russa, chegamos ao décimo-quarto dia de guerra na Ucrânia: nesta manhã foram ouvidas sirenes antiaéreas em Kiev e arredores, advertindo os cidadãos para irem para abrigos o mais rápido possível sob a ameaça de novos ataques de mísseis. De acordo com o Pentágono, ontem as tropas russas registraram um impasse nas operações ao norte de Kiev, enquanto no sul da Ucrânia fizeram alguns progressos. Segundo o Ministério da Defesa americano, os russos também estão tentando atacar a capital ucraniana a partir do Leste, mas ainda estão a cerca de 60 quilômetros de distância, muito mais longe que a outra coluna de veículos militares estacionada no Norte. O fator climático também está atrasando as operações, assim como os suprimentos necessários para as tropas.

As usinas de energia nuclear

Enquanto isso, a Guarda Nacional Russa, citada pela agência de notícias Interfax, anunciou que a usina nuclear de Zaporizhzhia está sob o controle total das forças militares russas. De acordo com Moscou, cerca de 240 pessoas que guardavam a fábrica se renderam. Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que os sistemas usados para monitorar remotamente materiais nucleares na usina de Chernobyl, controlada pela Rússia na Ucrânia, pararam de transmitir dados.

Mariupol sob as bombas

A cidade de Mariupol que ainda está isolada e tenta resistir, está "permanentemente bombardeada" e o número de vítimas civis está aumentando a cada hora, inclusive menores de idade. A hipótese de que Moscou possa decidir atacar o porto de Odessa a partir da terra parece cada vez mais provável. Enquanto isso, os primeiros civis ucranianos evacuados da cidade de Sumy através dos corredores humanitários chegaram "em segurança" ao centro do país. "O primeiro comboio de 22 ônibus chegou a Poltava", enquanto uma coluna de 39 outros ônibus ainda está a caminho. O isolamento econômico e financeiro contra a Rússia continua, com a suspensão de várias atividades comerciais, como a da multinacional Coca Cola, seguida por vários outros gigantes do comércio mundial.

"Queremos existir

O presidente dos EUA Joe Biden falou do acordo bipartidário nos EUA sobre o embargo energético russo, mas disse que entendeu que muitos aliados não são capazes de se alinhar.  Putin não vai vencer", acrescentou, "ele pode conquistar cidades, mas não vai conquistar um país inteiro". Também ontem, o parlamento britânico saudou o discurso do chefe de Estado ucraniano, Zelensky, com um aplauso muito longo. "Nunca em séculos a Câmara dos Comuns ouviu tal discurso, estaremos sempre ao lado dos ucranianos", disse o primeiro-ministro Johnson. "Não queremos perder o que é nosso, assim como vocês não quiseram se render diante da invasão nazista", disse o presidente ucraniano, ressaltando que "pelo menos 50 crianças foram mortas pelos russos, e precisamos da ajuda dos países ocidentais para reconhecer a Rússia como um Estado terrorista e assim tornar os céus seguros". Então a citação shakespeariana: "Ser ou não ser? Respondemos ser, queremos existir". Entretanto, o presidente chinês, Xi Jinping, "apoia a ação da França e da Alemanha para um cessar-fogo" na Ucrânia e compartilha "a necessidade de ajuda humanitária coordenada com as Nações Unidas". Isto foi anunciado em uma declaração do Palácio do Eliseu no final da videoconferência de ontem entre a França, a China e a Alemanha.

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09 março 2022, 14:04