Chifre da África: populações correm risco de morrer de fome e de sede
Vatican News
Milhões de pessoas em toda a África oriental estão enfrentando níveis extremos de fome e desnutrição. A insegurança alimentar na região continua a ser agravada por conflitos contínuos, seca severa, pragas de gafanhotos e escassez de fundos humanitários.
A Caritas Austrália está apoiando os parceiros africanos, incluindo a Caritas Etiópia, no fornecimento de bens essenciais para salvar vidas a famílias deslocadas e comunidades afetadas por esta grave insegurança alimentar.
Momento particularmente ruim para o Chifre da África
As famílias mais vulneráveis estão fugindo de suas casas em busca de água limpa, alimentos e terra cultivável, levando a um aumento significativo dos deslocados internos. Com a diminuição do abastecimento alimentar, estima-se que mais de 70% dos deslocados em situação de necessidade passarão fome.
O momento é particularmente ruim para o Chifre da África, denuncia a Associação caritativa da Igreja australiana, pois continua lutando contra o impacto macroeconômico da pandemia da Covid-19, bem como contra a pior praga de gafanhotos em 25 anos para a Etiópia e Somália, e a pior em 70 anos para o Quênia, que destruiu colheitas em toda a região e deixou milhões de pessoas sem sua colheita após meses de trabalho árduo.
Impactos devastadores do conflito na Ucrânia
Um relatório recente da Onu também destacou os impactos devastadores que o conflito na Ucrânia teve sobre as comunidades vulneráveis dependentes do fornecimento de grãos provenientes do país. Juntas, Ucrânia e Rússia fornecem 30% do trigo e da cevada do mundo, um quinto de seu milho e mais da metade de seu óleo de girassol, diz o relatório.
Com tantas comunidades vulneráveis no Chifre da África que continuando contando com este fornecimento como uma fonte essencial de alimentos, a atual guerra Rússia-Ucrânia representa um golpe devastador para a segurança alimentar em países como a Etiópia, Quênia e Somália. Soma-se a isso a devastadora seca após três estações consecutivas de chuvas escassas, que agravaram a carência de alimentos e água.
Necessidade de que sejam tomadas medidas urgentes
Na semana passada, o Programa Mundial de Alimentos anunciou que 20 milhões de pessoas que vivem no Chifre da África poderiam passar fome este ano devido aos efeitos combinados destas crises, a menos que sejam tomadas medidas urgentes.
A Caritas Austrália lançou seu veemente apelo em favor de uma campanha de arrecadação de fundos para fornecer assistência humanitária imediata e de longo prazo às comunidades afetadas por emergências na África, incluindo a crise na região leste. Todos os fundos restantes são mantidos no Apelo de Emergência da África a fim de que se possa responder às necessidades contínuas e às crises futuras na região.
(com Fides)
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