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Inundações no Sudão provocam mortes e destruição de milhares de casas

Ao longo de várias décadas, acontecimentos climáticos como aluviões e secas, extrapolaram a resiliência no Sudão. Nos últimos anos, as regiões do norte do país viram um avanço do deserto do Saara para o sul, em quase uma milha a cada ano, e uma diminuição das chuvas em média anual de 15 a 30 por cento. O Sudão é um dos 20 países mais expostos, ​​globalmente, , aos prejuízos das grandes e contínuas inundações.

A organização internacional não governamental Save the Children, que há mais de 100 anos luta para salvar crianças em perigo e assegurar-lhes um futuro, faz um premente apelo pela grave crise no Sudão, atingido por aluviões, após meses de chuva, e que já causou a morte de pelo menos 83 pessoas, atingindo mais de 146 mil pessoas: "Esta dramática situação exige maiores recursos financeiros com a doação imediata de novos fundos para responder à emergência”.

A Organização, presente no Sudão nos Estados de Gezira e do Rio Nilo, ajuda as famílias com um teto, higiene e saúde. Mas a situação é dramática: “é preciso mais intervenções para atender às necessidades crescentes”. Se as chuvas persistirem nos próximos dias e semanas, poderá aumentar o número de mortos e de moradias.

O Sudão está enfrentando seu quarto ano consecutivo de inundações anormais, com chuvas acima da média. Inteiras aldeias foram submersas e muitas famílias perderam seus bens.

As autoridades sudanesas declararam estado de emergência em seis das dezoito províncias do país. Entre as áreas mais afetadas estão o centro, o oeste e o sul de Darfur e o Rio Nilo, além das várias regiões no estado de Gezira.

Em seu comunicado, Save the Children pede aos países doadores que reconheçam a gravidade da crise das enchentes no Sudão e providenciem novos fundos, para responder às necessidades imediatas das crianças e suas famílias: atualmente, as ajudas humanitárias são menos de um terço do necessário e estão causando sérios problemas nos setores de saúde, habitação e proteção infantil.

O território do Sudão é, particularmente, vulnerável aos impactos da emergência climática. Ao longo de várias décadas, acontecimentos climáticos, como aluviões e secas, extrapolaram a resiliência no país. Nos últimos anos, as regiões do norte do Sudão viram um avanço do deserto do Saara para o sul, em quase uma milha a cada ano, e uma diminuição das chuvas em média anual de 15 a 30 por cento. O Sudão é um dos 20 países mais expostos, ​​globalmente, aos prejuízos das grandes e contínuas inundações.

Arshad Malik, diretor de Save the Children no Sudão, que atualmente monitora as comunidades afetadas pelas enchentes no estado de Gezira, afirmou que "estes aluviões estão sendo uns das piores no Sudão: inteiras comunidades estão sendo arrastadas pelas enxurradas; numerosas famílias fogem apenas com a roupa do corpo. Ainda não vimos nada, porque este desastre poderá piorar”.

"A equipe da Save the Children - acrescentou Malik - está presente nas áreas mais afetadas, socorrendo os mais necessitados. Estes homens e mulheres são causa de orgulho para nós, pois estão arriscando suas vidas para ajudar as crianças e mulheres, dando-lhes segurança em meio a tanta destruição. Uma coisa é ter inundações devastadoras a cada 100 anos, mas, no Sudão e áreas vizinhas, estão sendo frequentes e cruéis, devido à crise climática”.

Arshad Malik conclui com uma exortação: “Fazemos um premente apelo aos países mais poluidores do mundo, como também aos políticos, empresas e elites ricas, para que intervenham nesta terrível crise climática, assegurando um futuro melhor para as crianças, gerações de hoje e de amanhã".

Devido a esta crise no Sudão, que comporta insegurança alimentar, milhões de crianças estão correndo risco de vida. O impacto com conflitos, mudanças climáticas, pandemia e aumento dos preços dos alimentos deixou quase 12 milhões de pessoas, um quarto da população sudanesa, em extrema escassez de alimentos.

A organização atua no Sudão, há quase 40 anos, desenvolvendo programas para salvar a vida de crianças e suas famílias, afetadas por deslocamentos, conflitos, inundações, pandemia, epidemias, secas e escalada da fome.

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27 agosto 2022, 07:59