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Menina afegã estudando Menina afegã estudando 

Unicef denuncia o custo financeiro do fechamento de escolas no Afeganistão

"O Afeganistão potencialmente perderá US$ 5,4 bilhões em receitas se o país não conseguir educar as meninas para completar o ensino secundário", advertiu o Unicef em uma análise.

Vatican News

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou nesta segunda-feira (15/08), coincidindo com o primeiro aniversário da chegada ao poder dos Talibãs, que o fechamento das escolas secundárias femininas no Afeganistão poderia ter um custo econômico pesado de até 5,4 bilhões de dólares.

"O Afeganistão potencialmente perderá US$ 5,4 bilhões em receitas se o país não conseguir educar as meninas para completar o ensino secundário", advertiu o Unicef em uma análise.

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O Fundo estimou os ganhos que as três milhões de jovens afegãs, que ainda não completaram seus estudos secundários, trariam para a economia afegã em dificuldade se elas participassem do mercado de trabalho.

Os Talibãs haviam prometido, após tomar o poder há um ano, reabrir escolas para as jovens de 12 a 18 anos no Afeganistão, assim que o conteúdo fosse "adaptado" à lei islâmica ou à Sharia.

Mas no dia 23 de março, quando as afegãs estavam prestes a retomar as aulas, os fundamentalistas inverteram sua decisão e mantiveram o fechamento.

Mulheres afegãs
Mulheres afegãs

"A decisão (...) foi alarmante e profundamente decepcionante. Não só violou o direito fundamental das meninas à educação, como também as expôs a um nível mais elevado de ansiedade e a um maior risco de exploração e abuso, incluindo o tráfico infantil e o casamento precoce e forçado", disse o representante do UNICEF no Afeganistão, Mohamed Ayoya.

A agência denunciou que este ano o fechamento de escolas femininas "não é insignificante", e revelou que o país perderia "apenas" 500 milhões de dólares ou o equivalente a 2,5% de seu PIB em 2020 se elas reabrissem hoje.

A Unicef lembrou que antes da chegada dos Talibãs ao poder, o Afeganistão tinha já 4,2 milhões de crianças fora da escola, 60% das quais meninas.

"Os direitos das meninas estão sob ataque, sua infância é marcada pela privação", disse Ayoya.

O fechamento das escolas femininas é apenas uma das várias restrições impostas aos direitos das mulheres pelos fundamentalistas desde que chegaram ao poder, incluindo a obrigatoriedade da burca e a limitação do acesso a empregos.

As restrições têm atraído críticas da comunidade internacional e das organizações de direitos humanos, enquanto o governo interino dos Talibãs tem se esforçado para repetir que as preocupações são "infundadas".

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15 agosto 2022, 10:23