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A view shows a residential building damaged by a Russian missile strike, amid Russia's attack on Ukraine, in Zaporizhzhia, Ukraine September 24, 2022. REUTERS/Stringer A view shows a residential building damaged by a Russian missile strike, amid Russia's attack on Ukraine, in Zaporizhzhia, Ukraine September 24, 2022. REUTERS/Stringer 

A coragem de acabar com a guerra ou risco de ir além

A guerra na Ucrânia está em um ponto de virada: o Kremlin está cada vez mais acuado e a ameaça nuclear está se tornando cada vez mais concreta. As opções são reduzidas: pode-se ousar fazer as pazes ou exacerbar o conflito, com consequências inimagináveis.

Sérgio Centofanti - Cidade do Vaticano

A invasão russa da Ucrânia deveria ser uma blitzkrieg, mas já há sete meses provoca morte, luto e destruição. A motivação é que seria uma guerra de libertação de um povo de um punhado de nazistas. Em vez disso, o Kremlin encontrou um povo unido que deseja permanecer livre e independente, enquanto os cidadãos russos não querem morrer em uma terra que não é deles e não quer ser conquistada.

Muitos cidadãos russos não querem bucha de canhão de um conflito que não faz sentido e enquanto as lideranças russas e filhos dessas lideranças se mantêm distantes da linha de frente. A única motivação que resta é salvar-se e escapar do alistamento forçado que foi anunciado por Putin.

Moscou não fez bem os cálculos: encontrou um povo corajoso que resiste e que recebe solidariedade internacional. Até os países amigos que ele considerava mais próximos estão se afastando. Agora ele se encontra cada vez mais sozinho por causa de uma guerra absurda que começou e que pensava em vencer em pouco tempo.

Agora ele deve ter a coragem de terminá-la logo, sem tê-la vencido. É claro que aqueles que iniciaram o conflito, se não levarem para casa um triunfo, estão em perigo. É por isso que a situação hoje é terrivelmente perigosa. Aqueles que estão desesperados podem fazer gestos desesperados. As ameaças ao uso de armas nucleares estão agora abertas.

A distância entre coragem e desespero é grande, mas se os corajosos crescerem em número e se unirem, a história pode mudar. A história ensina que os povos se rebelam quando as injustiças ultrapassam o nível da guarda. Estamos em um ponto de virada.

O problema mais difícil é que o Kremlin está ficando sem opções à sua disposição. É um ponto muito arriscado porque as escolhas se reduzem a duas: ter a coragem de acabar com a guerra ou arriscar tudo indo mais longe, onde as ameaças se tornam realidade. E então a catástrofe seria grande. Que Deus nos proteja!

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24 setembro 2022, 14:30