Tem início o G20 na Indonésia

Luca Collodi - Bali (Indonésia) – Vatican News

Nesta segunda-feira e amanhã terça-feira a cúpula do G20 em Bali vê a Indonésia no papel de país anfitrião de um encontro entre os chefes de Estado e de governo dos países desenvolvidos e emergentes em um mundo marcado pela guerra na Ucrânia e pelas tensões entre a China e os EUA. O líder indonésio, Joko Widodo, que lidera a Indonésia desde 2014 e é o presidente rotativo do G20, está se oferecendo como mediador no conflito russo-ucraniano para proporcionar espaço para o diálogo reforçado pela neutralidade da Indonésia.

O Magistério do Papa

O G20 olha com interesse duas Encíclicas do Papa Francisco, "Laudato Sì", sobre a defesa da Criação, e "Fratelli Tutti", sobre a fraternidade humana. Estas duas realidades, enfatiza, inspiraram a organização da cúpula e especialmente o encontro "Religion Twenti", que foi a primeira reunião no G20 de líderes religiosos de 20 países. Harmonia, fraternidade, convivência e cooperação solidária que não é representada apenas pelo acesso e uso de fundos econômicos, mas também pelo acesso à tecnologia para criar um mundo mais justo e mais solidário".

Encontro B20

A Paz

Hoje, a Ucrânia luta por sua independência, sua liberdade e seu lugar no mundo, diz o vice-prefeito de Lviv..., presente em Bali. Estar aqui também significa ser o porta-voz do meu país para falar e discutir com os líderes do G20 e trazer o problema da Ucrânia para um contexto internacional de alto nível, pois deve ser entendido que sem a Ucrânia não pode haver paz no mundo.  "O choque com a Rússia tem raízes históricas. Talvez sejamos um dos povos do mundo que mais querem a paz no momento, mas sabemos que devemos alcançar uma paz justa. Também estamos aqui para agradecer aos países do mundo que nos ajudam, além da ajuda que recebemos da Igreja, da Cáritas".

O B20 de valores

O G20 de Chefes de Estado e de Governo foi precedido pelo B20, uma cúpula promovida por representantes de associações e movimentos da sociedade civil, tanto seculares como religiosos, incluindo Scholas Occurrentes da Argentina, que desejaram colocar valores no centro do trabalho e relançar a pessoa como protagonista da economia. Em particular, o acesso à educação e formação profissional com investimento no desenvolvimento tecnológico e digital que seja justo e acessível em particular aos jovens dos países pobres.

O papel das religiões

A Indonésia é um país de maioria muçulmana que há muito tem expressado a coexistência de diferentes religiões. O equilíbrio de valores e a cooperação entre diferentes credos facilita o desenvolvimento econômico, tecnológico e humano integral. A Indonésia, como enfatizou o Presidente Widodo, quer apostar em particular na transição energética como a ativação de uma nova economia inclusiva que facilite a transformação da sociedade e da humanidade.

A educação

Os jovens, primeiro, precisam estabelecer a relevância do que aprendem. Porque eu estou estudando isto. Em vez de aprender como resolver os problemas que estamos estudando, em vez de começar com o problema, estudamos primeiro como ele é útil e depois o resolvemos. Há tantas coisas que aprendemos que não fazem sentido, são desafios mentais que não resolvem. Energia sustentável, inteligência artificial e biologia. Estar abertos ao feedback crítico.

A harmonia

Na Indonésia a 'harmonia' é uma filosofia de vida que coloca o homem, entre outras coisas, em relação com Deus e a natureza e este é o caminho para a felicidade. Os organizadores indonésios do G20, com estes encontros que precederam aos trabalhos dos chamados "Grandes" da Terra, quiseram dar um sinal forte. O G20, afirmam os representantes do movimento...., não é apenas uma reunião dos poderosos políticos do mundo, mas o foco é a sociedade civil, as ONGs, e os jovens em particular, para enfatizar que eles estão no centro da transformação, o fundamento e o ponto de partida para a mudança.