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Abertura COP15 em Montreal Abertura COP15 em Montreal 

Começa a COP15 sobre biodiversidade: salvar as espécies do planeta

Mais de 190 países estão reunidos em Montreal para chegar a um acordo sobre a proteção do meio ambiente, dos animais e das plantas. A meta é atingir 30-by-30, ou seja, a proteção de 30% do território de cada Estado até 2030. Mais de um milhão de espécies em risco por um dano que não é apenas econômico.

Michele Raviart – Vatican News

"A humanidade tornou-se uma arma de extinção em massa" devido ao "nosso apetite sem limites por um crescimento econômico descontrolado e desigual". Com estas palavras, o secretário geral das Nações Unidas, Antonio Guterres abriu a COP15 em Montreal, Canadá, o evento da ONU que trata da proteção da biodiversidade das espécies animais e dos ambientes naturais do planeta. A conferência, presidida pela China, que deveria sediar o evento em 2020 e já foi adiada quatro vezes, conta com a presença de 190 países que tentarão chegar a um acordo definido por Guterres como "a última oportunidade" para salvar a natureza e as espécies que a povoam da "destruição irreversível" até 19 de dezembro. De fato, existem mais de um milhão de variedades de animais e plantas ameaçadas de extinção e que estão desaparecendo mil vezes mais rápido do que o normal.

30-by-30 de proteção ambiental

O objetivo é atingir uma meta ambiciosa, mas que procura comprometer concretamente os Estados, como a estabelecida pela Conferência Climática de Paris de 2015 para conter a mudança climática até um grau e meio, limitando as emissões de poluentes. O slogan que circula em Montreal é conseguir "30-by-30", ou seja, que cada país se comprometa a proteger pelo menos 30% de seu território, incluindo seu território marítimo, até 2030. Já 110 países anunciaram seu apoio à iniciativa, embora o acordo anterior, que expirou em 2020 e previa a proteção de 17% da terra e 10% das áreas marinhas, tenha permanecido em grande parte letra morta.

Uma despesa de 700 bilhões de dólares

Outras das 23 metas propostas, tais como restauração de áreas silvestres, redução de pesticidas, combate a espécies invasoras e agricultura e pesca sustentáveis, terão que ser medidas e monitoradas regularmente. A questão-chave será o financiamento, pois estima-se que sejam necessários mais de 700 bilhões de dólares por ano para esses fins. Uma grande soma, mas muito inferior aos 3 trilhões de dólares que a ONU diz que se perde a cada ano devido à degradação ambiental.

As palavras do Papa na Laudato si’

Uma questão cuja relevância vai muito além da questão econômica. "O cuidado com os ecossistemas requer um olhar que vai além do imediato, porque quando se busca apenas lucro econômico rápido e fácil, ninguém realmente se importa com sua preservação", escreveu o Papa Francisco na encíclica Laudato sì , que dedica uma seção inteira aos riscos da biodiversidade, "mas o custo dos danos causados pela negligência egoísta é muito maior do que o benefício econômico que pode ser obtido". No caso da perda ou dano grave de certas espécies, estamos falando de valores que excedem qualquer cálculo. Portanto, podemos ser testemunhas mudas de graves iniquidades quando se pretende obter benefícios importantes, fazendo com que o resto da humanidade, presente e futuro, pague os custos muito altos da degradação ambiental".

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09 dezembro 2022, 10:17