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Um civil fugindo da violência senta-se em uma cama coberta com um mosquiteiro no complexo do Agda Hotel, na cidade de Semera, Etiópia, em 17 de fevereiro de 2022. (Foto de EDUARDO SOTERAS / AFP) / AFP FOTOS DO ANO 2022 Um civil fugindo da violência senta-se em uma cama coberta com um mosquiteiro no complexo do Agda Hotel, na cidade de Semera, Etiópia, em 17 de fevereiro de 2022. (Foto de EDUARDO SOTERAS / AFP) / AFP FOTOS DO ANO 2022 

Etiópia: Adigrat sobrecarregada por mais de 100.000 novos deslocados

“Esperemos que cheguem, rapidamente, ajudas humanitárias, remédios e alimentos, que estão muito aquém do que esperam milhões de pessoas necessitadas", diz o diretor executivo do hospital “Ayder”, em Mekelle, Kibrom Gebresellassie

“Nossa cidade está superlotada por uma multidão de novos deslocados, que chegam das regiões fronteiriças. Mais de 100.000 pessoas vivem na cidade e aldeias vizinhas, que contam apenas com a ajuda das famílias: uma família ajuda outras cinco ou seis famílias”, alerta o bispo da Eparquia católica de Adigrat, Dom Tesfaselassie Medhin, ao falar aos meios de comunicação e à TV Tigray sobre a situação em Adigrat.

O cenário descrito pelo prelado demonstra que os acordos de paz assinados em 2 de novembro em Pretória, para acabar com o sangrento conflito que perdura há dois anos nas zonas do norte da Etiópia, não resolveram os efeitos dramáticos de uma guerra, que causa graves problemas para a população.

O eparca define o acordo de paz como "uma boa notícia para as pessoas, que alimenta uma esperança de paz", mas observa que “já se passou mais de um mês da assinatura do acordo, porém, a situação continua a mesma: os doentes não têm remédios, os famintos não têm comida e muitos ainda estão sem-teto".

O bispo de Adigrat reitera as palavras de Kibrom Gebresellassie, diretor executivo do hospital “Ayder”, em Mekelle, que reclamou que todos os medicamentos, fornecidos ao hospital, segundo o acordo, acabaram em apenas dois dias. Os remédios enviados são insuficientes, por causa do grave estado de saúde atual. E acrescentou: “Esperemos que cheguem rapidamente ajudas humanitárias, remédios e alimentos, que estão muito aquém do que esperam milhões de pessoas necessitadas".

“Esta situação – afirma Dom Medhin - poderá ser resolvida somente quando as estradas forem reabertas e quando os exércitos invasores, tanto da Eritreia como da Região de Amara, deixarem as áreas sitiadas e os deslocados voltarem aos seus lugares de proveniência".

Os acordos de paz, alcançados após as negociações iniciadas em 25 de outubro de 2022, foram assinados por Redwan Hussein, assessor para Assuntos de Segurança Nacional do primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed Ali, por Getachew Reda, representante da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF) e pelo assessor do presidente do Tigray, Debretsion Gebremichael. Os acordos foram possíveis graças à mediação da União Africana.

*Com Agência Fides 

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19 dezembro 2022, 10:59