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Campo de refugiados no Sudão do Sul Campo de refugiados no Sudão do Sul 

Sudão do Sul: barco da Cáritas salva deslocados da violência

Irmã Elena Balatti, missionária comboniana responsável pela Cáritas na diocese de Malakal nos fala da violência no país. Depois de um ataque ao campo de deslocados de Aburoch, no Alto Nilo, muitos se refugiaram na mata. O barco da Cáritas que carregava suprimentos transportou-os para um lugar seguro. A visita do Papa e a esperança nas negociações pela paz

Vatican News

"Aqui a luta é muito pesada e é difícil ver a luz da paz", afirma a Irmã Elena Balatti, missionária comboniana responsável pela Cáritas na diocese de Malakal, no Estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul, onde desde agosto têm sido travados combates entre as diferentes facções armadas. A última tragédia em ordem cronológica foi o assalto de um grupo armado no campo de acolhida de Aburoch em Fashoda, no Alto Nilo, que abrigava cerca de cinco a seis mil pessoas deslocadas da guerra anterior (2013-18). "Estas pessoas provenientes de outras regiões tinham conseguido ao longo dos anos reconstruir sua existência através da criação de pequenos comércios", diz ainda a Irmã Elena. "O ataque brutal ao campo de acolhida (é o segundo campo atacado depois do de Adhidhiang, em setembro) desmantelou tudo o que tinham construído. Os residentes da estrutura foram obrigados a fugir através dos pântanos.

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Barco que salva

“Muitos morreram, mas não sabemos quantos", relata a missionária. "Esta noite, o barco da Cáritas que carregava suprimentos pelo Nilo Branco deparou com um grupo destas pessoas que fugiam e durante toda a noite ficou transportando-os para um lugar seguro. Foi uma tarefa desafiadora. O barco ficava o mais próximo possível da área pantanosa de onde as pirogas levavam as pessoas deslocadas que entravam na embarcação. O barco partia, descarregava os deslocados e depois voltava para embarcar outras pessoas começando tudo de novo”.

Negociações

Para Ir. Elena, a recente suspensão da participação do governo do Sudão do Sul nas negociações de paz em Roma "foi uma ducha fria, mas isso não significa que a "porta da paz esteja definitivamente fechada". Em meados de novembro, o governo de Juba anunciou a "suspensão da sua participação nas negociações de paz de Roma", acusando os grupos de oposição do Sudão do Sul não signatários (NSSSOG) de uma "falta de compromisso".

Visita do Papa

Neste contexto são esperados em Juba de 3 a 5 de fevereiro, o Papa Francisco, o Arcebispo Anglicano de Cantuária Justin Welby, líder da Comunhão Anglicana mundial, e o Pastor Iain Greenshields, moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia. "Essa visita demonstra o compromisso das comunidades cristãs pela paz no Sudão do Sul". Uma visita que aguardamos com esperança, também para esclarecer situações como a que estamos vivendo aqui no Alto Nilo, sobre a qual a imprensa internacional se cala", diz a missionária, que enfatiza "trata-se de dar visibilidade ao sofrimento dessas populações que desde agosto deste ano vivem em uma situação de guerra”.

(com Fides)

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07 dezembro 2022, 09:34