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Moçambicana diante do que restou de sua casa em Palma, Cabo Delgado, após ataque de grupo afiliado ao Isis Moçambicana diante do que restou de sua casa em Palma, Cabo Delgado, após ataque de grupo afiliado ao Isis 

Isis reivindica ataque em Namande, norte de Moçambique

"Em Cabo Delgado continua a travar-se uma guerra terrorista que começou com algumas ações violentas há mais de 5 anos, mas não foi imediata e eficazmente contrastada apesar das numerosos alertas e que continua a alastrar-se em zonas mais alargadas, incluindo já as províncias do Niassa e de Nampula", escreveram os bispos moçambicanos ao final de sua Assembleia Plenária.

O ataque de 30 de dezembro ao povoado de Namande, no distrito de Muidumbe, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, foi reivindicado pelo ISIS-Moçambique.

Os jihadistas postaram em seus canais nas redes sociais algumas fotos da destruição causada no vilarejo. Pelo menos duas pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas no ataque. O ISIS-Moçambique afirma ter atacado o “povoado habitado por cristãos” e de ter combatido com as “milícias cristãs”, obrigando-as a fugir, capturando e executando sumariamente um dos seus membros antes de incendiar as casas.

No povoado de Namande, que dista pelo menos 40 quilómetros da sede distrital de Muidumbe (Namacande), existem de fato grupos de antigos milicianos que lutaram nas fileiras do Movimento de Libertação Nacional que se organizaram para fazer frente aos jihadistas.

As forças governamentais também lançaram várias operações para deter os rebeldes em Namande, mas os confrontos, que se prolongaram pela noite dentro, obrigaram algumas pessoas a abandonarem o povoado.

Para tentar conter o ISIS-Moçambique, o governo de Maputo está recorrendo a tropas enviadas pelos estados membros da SADC (Southern African Development Community) e por Ruanda. O presidente do Uganda, Yoweri Musevenin, também expressou recentemente planos para fornecer apoio militar e econômico a Moçambique para ajudar a combater o extremismo violento na província de Cabo Delgado.

Os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), reunidos em Assembleia Plenária, emitiram em 11 de novembro uma Nota Pastoral dirigida às comunidades cristãs e a todos os homens e mulheres de boa vontade na qual, entre outros, falam da violência em Cabo Delgado:

"Em Cabo Delgado continua a travar-se uma guerra terrorista que começou com algumas ações violentas há mais de 5 anos, mas não foi imediata e eficazmente contrastada apesar das numerosos alertas e que continua a alastrar-se em zonas mais alargadas, incluindo já as províncias do Niassa e de Nampula. São semeadas destruições e mortes violentas de crianças, mulheres e homens inocentes e pessoas de boa vontade como foi a Irmã Maria de Coppi, assassinada a 6 de Setembro último, no ataque à Missão Católica de Chipene, Diocese de Nacala. A continuação deste desumano sofrimento é inaceitável e frustra o sonho de sermos uma nação de paz, concórdia e independente, justa e solidária. Por isso, devemos juntar todos os esforços para encontrar os caminhos de solução a esta desgraça, não confiando unicamente no uso da força militar. A todos os envolvidos nesta guerra queremos recordar as palavras do Papa Francisco: “O Deus da paz nunca conduz à guerra, nunca incita ao ódio, nunca apoia a violência. E nós, que cremos nele, somos chamados a promover a paz através de instrumentos de paz, como o encontro, pacientes negociações e o diálogo, que é o oxigénio da convivência comum”.

*Com  informações da Agência Fides

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03 janeiro 2023, 08:01