Save the Children: quase dois milhões de crianças sofrem de desnutrição na Somália
Vatican News
Neste ano de 2023, na Somália, cerca de 1,8 milhões de meninas e meninos menores de cinco anos ainda sofrerão de desnutrição aguda: a emergência está longe de ter terminada, mesmo que, por enquanto, o risco de fome aguda tenha sido evitado, enfatiza Save the Children, a organização que luta há mais de 100 anos para salvar meninas e meninos em risco e garantir-lhes um futuro.
No ano passado, as Nações Unidas advertiram sobre o risco de carestia na Somália: o país está enfrentando sua pior seca em quarenta anos, depois de cinco estações chuvosas fracassadas, agravadas pelo aumento dos preços dos alimentos e por conflitos contínuos. Uma combinação de fatores que alimentam a preocupação com a repetição da grave fome que atingiu o país em 2011, quando cerca de 260.000 pessoas morreram.
Esta semana, porém, a entrega de ajuda humanitária e a chegada de algumas chuvas evitaram a fome na maior parte do país, pelo menos até junho deste ano.
Entretanto, se prevê que a sexta estação consecutiva de chuvas abaixo da média de abril a junho deve continuar a reduzir o fornecimento de alimentos e a renda familiar, com o resultado de que pelo menos 6,5 milhões de pessoas - quase 40% da população - precisarão de assistência humanitária.
O número total de crianças que sofrem de desnutrição não mudou desde dezembro passado, embora se espere uma pequena diminuição no número de crianças que sofrem de desnutrição severa, cerca de 480.000 em comparação com as 513.500 estimadas anteriormente: algumas delas poderão perder a vida.
A organização pede financiamento internacional urgente para evitar novas perdas de vidas e adverte que o risco de fome permanece se a assistência humanitária não atingir os mais vulneráveis, incluindo as populações deslocadas e as que vivem em áreas de difícil acesso devido ao conflito.
"A Somália chegou a um ponto crítico. A situação continua extremamente grave, pois o país aguarda sua sexta estação chuvosa abaixo da média, de março a junho, com preços excepcionalmente altos de alimentos", disse Mohamud Mohamed Hassan, diretor de Save the Children na Somália. "Embora os esforços humanitários tenham até agora evitado uma possível carestia, o número de crianças famintas e desnutridas em todo o país continua alarmante. Ainda é necessária uma resposta abrangente para atender às necessidades humanitárias imediatas e implementar soluções duradouras para a crise alimentar. Estamos preocupados que o aumento de crianças que sofrem de desnutrição aguda coincida com a redução do financiamento humanitário para a Somália e alertamos para as conseqüências mortais que podem ocorrer se os fundos forem retirados".
Save the Children está pedindo mais fundos da comunidade internacional para que as organizações humanitárias possam continuar a fornecer ajuda para salvar vidas.
As equipes de Save the Children estão trabalhando para ajudar as crianças e suas famílias a sobreviver e lidar com os efeitos extremos da seca e da crise alimentar. A organização fornece água, cuida de crianças desnutridas, apoia sistemas de educação para que as crianças não percam o aprendizado enquanto são deslocadas por causa da seca, administra instalações de saúde e fornece dinheiro e apoio de subsistência para os mais vulneráveis.
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