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Grupos religiosos protestam contra descarte de água radioativa pelo Japão, do lado de fora da embaixada japonesa em Seul, 03 de julho de 2023. EPA/JEON HEON-KYUN Grupos religiosos protestam contra descarte de água radioativa pelo Japão, do lado de fora da embaixada japonesa em Seul, 03 de julho de 2023. EPA/JEON HEON-KYUN  (ANSA)

Buscar alternativas ao despejo de água radioativa de Fukushima no oceano

“Na era da crise climática, neste momento em que estamos contemplando e trabalhando juntos para a transição rumo a um mundo sustentável, o despejo de água radioativa de Fukushima no oceano é uma ameaça ao ecossistema de nossa Casa comum, a terra", diz comunicado da "Comissão para o Meio Ambiente Ecológico" e da "Comissão de Justiça e Paz" da Conferência Episcopal Católica de Coreia do Sul, que junto com 45 organizações diocesanas e da sociedade civil coreana, propõe a busca de alternativas.

Cresce a oposição ao despejo de água contaminada radioativa da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico. Doze anos anos após o acidente na usina nuclear decorrrente do terremoto de magnitude 9.1 - estimada por especialistas como a contaminação radioativa mais grave da história da humanidade - a usina está fazendo os últimos preparativos para o lançamento de mais de um milhão de toneladas de águas residuais radioativas no Oceano Pacífico.

A operadora da usina, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), afirma ter concluído o processo para diluir as águas residuais contendo o isótopo radioativo trítio com água do mar. O governo japonês, que contratou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para garantir a segurança dos procedimentos de descarga, vai definir uma data de liberação para as águas. Nestes dias o chefe da Agência Nuclear das Nações Unidas, Rafael Mariano Grossi, está no Japão para se encontrar com líderes do governo e auxiliar nos preparativos finais para o lançamento de águas residuais radioativas no mar.

Rafael Grossi (dir), Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) ouve Tomoaki Kobayakawa (esq), Presidente da Tokyo Electric Power Co., enquanto ele explica as instalações usadas para liberar águas residuais tratadas, enquanto visita a usina nuclear danificada de Fukushima planta em Futaba em 5 de julho de 2023. (Foto de Hiro Komae / POOL / AFP)
Rafael Grossi (dir), Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) ouve Tomoaki Kobayakawa (esq), Presidente da Tokyo Electric Power Co., enquanto ele explica as instalações usadas para liberar águas residuais tratadas, enquanto visita a usina nuclear danificada de Fukushima planta em Futaba em 5 de julho de 2023. (Foto de Hiro Komae / POOL / AFP)

A água radioativa tratada, armazenada em cerca de 1.000 tanques com capacidade aproximada de 1,37 milhão de toneladas, deve ser liberada para permitir que a usina seja desativada. De acordo com o governo, a água tratada após a diluição é inofensiva para as pessoas e para a vida marinha, mas a liberação planejada continua a dividir a comunidade internacional, preocupando as empresas locais em Fukushima e alimentando temores na indústria pesqueira do Japão.

Entre os inúmeros pareceres negativos e alarmes levantados nas últimas semanas, a nível nacional e internacional, o governo chinês pediu a suspensão do plano, que qualificou como "extremamente irresponsável", instando o Japão a "levar a sério as preocupações quer internacionais quanto internas". Preocupações também foram manifestadas pela Coreia do Sul, que não pretende remover as restrições à importação de produtos pesqueiros de Fukushima e de outras oito províncias japonesas. Em abril passado, o "Centro de Monitoramento de Radiação" e a "Federação Coreana de Movimentos Ambientais" divulgaram um relatório após a realização de inspeções de produtos agrícolas e pecuários, confirmando extensa contaminação radioativa em vários tipos de produtos alimentícios, como produtos marinhos, produtos agrícolas, produtos de origem animal, alimentos processados.

 

“Na era da crise climática, neste momento em que estamos contemplando e trabalhando juntos para a transição rumo a um mundo sustentável, o despejo de água radioativa de Fukushima no oceano é uma ameaça ao ecossistema de nossa Casa comum, a terra. Ao mesmo tempo, é rompida a ordem do mundo, criado por Deus Criador", afirma um comunicado assinado pela "Comissão para o Meio Ambiente Ecológico" e pela "Comissão de Justiça e Paz" da Conferência Episcopal Católica de Coreia do Sul que, juntamente com um grupo de mais de 45 organizações diocesanas e da sociedade civil coreana, lançaram um apelo, propondo “buscar ativamente caminhos alternativos ideais”.

O fórum pede ao Japão "que divulgue todos os dados de forma transparente e faça o melhor possível para resolver o problema, reunindo sabedoria e força de países vizinhos amantes da paz e pessoas de todo o mundo com uma atitude mais aberta".

"O acidente da usina nuclear de Fukushima - afirmam - está espalhando poluição ambiental na Terra, que está atualmente em andamento. Portanto, a fim de eliminar o risco de acidente e o risco de lixo nuclear em nível elevado, a Coreia e o mundo inteiro devem se engajar ativamente na transição a energias renováveis ​​amigas do ambiente".

*Com Agência Fides

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05 julho 2023, 12:12