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Crianças sentam na calçada enquanto moradores se reúnem no centro de Stepanakert para deixar Nagorno-Karabakh, uma região habitada por etnia armênia, 25 de setembro de 2023. REUTERS/David Ghahramanyan Crianças sentam na calçada enquanto moradores se reúnem no centro de Stepanakert para deixar Nagorno-Karabakh, uma região habitada por etnia armênia, 25 de setembro de 2023. REUTERS/David Ghahramanyan 

Mais de 30 mil crianças refugiadas chegam à Armênia em duas semanas

No Dia Mundial da Saúde Mental, o UNICEF alerta que, sem apoio imediato, as milhares de crianças que fogem do conflito em Nagorno Karabakh correm o risco de ter sua saúde mental deteriorada.

Vatican News

Mais de 30 mil crianças chegaram à Armênia desde a escalada de violência nas suas comunidades de origem, há duas semanas. Elas apresentam sinais de sofrimento psicológico grave, de acordo com relatórios de assistentes sociais que prestam cuidados especializados a crianças e famílias que tiveram que abandonar suas casas nas últimas semanas., devido ao conflito em Nagorno Karabakh.

Ademais, as crianças de etnia armênia que chegam ao país, além das dificuldades causadas pelo deslocamento forçado, não têm conseguido ter acesso de forma consistente a uma educação de qualidade e têm vivido em ambientes inseguros, com as famílias a relatarem receios de ataques.

Assistentes sociais que trabalham em dois espaços seguros que o UNICEF estabeleceu com parceiros em Goris, que podem acomodar até 300 crianças por dia, relataram que as crianças lutam com sentimentos intensos de tristeza, ansiedade, medo e raiva que se manifestam em pesadelos, molhando o cama e chorando inconsolavelmente. Outros se retraíram e tornaram-se desapegados, incapazes de expressar emoções ou de se conectar com o ambiente.

“Estamos vendo a extensão do que essas crianças sofreram. O deslocamento e a hostilidade, agravados pela privação, destruíram o seu bem-estar mental, físico e psicológico. Sem apoio duradouro, as crianças correm o risco de sofrer os efeitos destes acontecimentos profundamente stressantes nos próximos anos”, afirmou Christine Weigand, representante do UNICEF na Armênia.

“No Dia Mundial da Saúde Mental - acrescenta Christine -, o UNICEF apela a investimentos adequados para apoiar a saúde mental e psicossocial das crianças nos sistemas de saúde, de proteção infantil e escolares. Isto é igualmente importante não só em termos de identificação precoce e apoio imediato, mas também a longo prazo, uma vez que as famílias continuarão a lidar com a perda e o stress pós-traumático”.

A agência da ONU trabalha com o governo local e outros parceiros para ajudar as crianças refugiadas a ter acesso aos cuidados e ao apoio de que necessitam para superar os desafios que enfrentaram, além de formar e apoiar trabalhadores da linha da frente para prestarem primeiros socorros psicológicos e apoio psicossocial. Juntamente com o Ministério da Saúde, o UNICEF formou equipes pediátricas móveis para permitir uma difusão mais ampla em todo o país, a fim de garantir o rastreio para identificar e responder às necessidades de saúde mental.

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10 outubro 2023, 10:38