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Foto de arquivo: o Papa recebe o sacerdote missionário após sua libertação em outubro de 2020 (Vatican Media) Foto de arquivo: o Papa recebe o sacerdote missionário após sua libertação em outubro de 2020 (Vatican Media)

Pe. Maccalli: como prisioneiro de jihadistas, aprendi que a paz não é feita com armas

O que minha história de sequestrado-refém no Sahel, por mais de dois anos nas mãos dos jihadistas, me permitiu ver é que a paz não é feita com armas: afirma o sacerdote da Sociedade para Missões Africanas. Na atual situação desoladora de guerras, observa que "somente o Papa Francisco é uma exceção. Ele não se cansa de repetir que a guerra é uma derrota para todos. Ele não repete a palavra paz em vão, mas se oferece como mediador e insiste que sejam tentadas alternativas criativas para a paz"

Vatican News

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"Estou muito triste com o que ouço e vejo nas notícias atuais. Agora o conflito entre Israel e o Hamas ofuscou o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, enquanto o Sudão não é mencionado há muito tempo, mas já faz 6 meses que esse conflito segue adiante, e ademais... não posso deixar de lembrar a situação no Sahel, onde fui missionário por 11 anos e 2 anos como refém".

O padre Pier Luigi Maccalli compartilha com a agência missionária Fides considerações e sentimentos despertados nele diante do atual contexto geopolítico, transtornado por guerras intermináveis.

"Acredito também que muitos não viram as notícias do que está acontecendo nestes dias entre a Armênia e o Azerbaijão, na região de Karabakh. Há tantas imagens e notícias de guerras e de violências que eu ouço e que me entristecem profundamente", repete o sacerdote da Sociedade para Missões Africanas.

Somente o Papa Francisco é uma exceção

O padre Maccalli continua: "Eu me posiciono em favor de todas as vítimas de tanta desumanidade sem sentido. Também me entristeço com tanta 'vetrine' oferecida pela mídia às palavras armadas dos envolvidos. Enquanto as palavras não forem desarmadas, é impensável desarmar as mãos que só estão prontas para atirar e lançar bombas."

Na situação desoladora descrita, observa o missionário, "somente o Papa Francisco é uma exceção. Ele não se cansa de repetir que a guerra é uma derrota para todos. Ele não repete a palavra paz em vão, mas se oferece como mediador e insiste que sejam tentadas alternativas criativas para a paz".

A paz não é feita com armas

"O que minha história de sequestrado-refém no Sahel, por mais de dois anos nas mãos dos jihadistas do grupo GSIM, afiliado à Al Qaeda, me permitiu ver é que a paz não é feita com armas. Perdoei aqueles que tiraram minha liberdade, me acorrentaram e me desprezaram como um inimigo".

O missionário recorda que nestes mesmos dias do mês de outubro, há três anos, foi libertado: "Hoje testemunho que a paz passa pela porta estreita do perdão. Eu perdoei e estou em paz".

(Com Fides)

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30 outubro 2023, 13:57