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Foto de arquivo (novembro de 2023) do desembarque numeroso em Lampedusa após um naufrágio de migrantes (ANSA) Foto de arquivo (novembro de 2023) do desembarque numeroso em Lampedusa após um naufrágio de migrantes (ANSA)

Pacto UE sobre migração e asilo, Comece: trabalhar para garantir justiça e humanidade

Por ocasião do Dia Internacional do Migrante, comemorado em 18 de dezembro, a Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia enviou uma mensagem às instituições e aos Estados-membros, na qual expressa alguns princípios básicos que devem orientar as negociações em andamento sobre a questão

Vatican News

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Por ocasião do Dia internacional dos direitos do migrante, celebrado na segunda-feira, 18 de dezembro, a Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (Comece) expressou alguns princípios básicos que devem orientar as negociações em andamento no trílogo sobre o Pacto da UE sobre migração e asilo.

Tratamento equitativo, justo e humano de todo migrante

Esses princípios devem orientar - escrevem os bispos em uma nota – aqueles que tomam decisões políticas a implementar leis e mecanismos que garantam um tratamento equitativo, justo e humano a todo migrante regular ou irregular ou solicitante de asilo que chega às fronteiras da UE, em qualquer estágio dos procedimentos. Os migrantes e os solicitantes de asilo não são números, mas pessoas reais que merecem nossa generosidade, solidariedade e apoio. As negociações oferecem uma oportunidade única para que a UE e seus Estados-membros promovam a causa da humanidade, fiéis aos nossos valores e respeitando os compromissos internacionais.

Políticas da UE centradas na pessoa

Neste dia, designado para reconhecer a importante contribuição dos migrantes e os desafios que eles enfrentam, gostaríamos de incentivar - e as Conferências Episcopais também observam - os formuladores de políticas da UE a formular políticas de migração e asilo centradas na pessoa, colocando em prática os quatro verbos propostos pelo Papa Francisco: acolher, proteger, promover e integrar.

Para transformar essa visão em ação, a Comece propõe as seguintes recomendações políticas aos negociadores institucionais da UE: preservar totalmente o acesso ao asilo como um direito humano fundamental para qualquer pessoa que necessite de proteção internacional e tratar de forma humana qualquer pessoa que chegue às nossas fronteiras; oferecer um espaço seguro para aqueles que fogem de seu país devido a perseguição ou guerra; exercer solidariedade concreta entre os Estados-membros para uma melhor gestão do fluxo de requerentes de asilo e migrantes nas fronteiras externas da UE; garantir que a identificação de cidadãos de países terceiros que se aproximam das fronteiras da UE - um direito legítimo de cada Estado de proteger suas comunidades e cidadãos de qualquer ameaça e perigo em potencial - seja conduzida de acordo com uma abordagem que coloque a dignidade de cada pessoa no centro; implementar um maior número de canais seguros e regulares que não apenas melhorem a gestão dos fluxos migratórios, mas também reduzam a migração irregular e a sobrecarga dos controles de fronteira; garantir o direito de acesso ao asilo em condições justas, incluindo aconselhamento jurídico, direito de apelação, tempo suficiente para examinar adequadamente cada pedido individual, uso limitado e proporcional da detenção, respeito pela unidade das famílias de migrantes e refugiados, medidas personalizadas, realização de verificações nas fronteiras para indivíduos e famílias em situações mais vulneráveis, atenção especial a famílias com crianças e menores desacompanhados, facilitando a reunificação deles com suas famílias, e um mecanismo de monitoramento de direitos fundamentais nas fronteiras externas; fornecer acomodações seguras e dignas durante os procedimentos legais.

Evitar acampamentos de risco

Ao mesmo tempo em que reconhece as limitações dos países anfitriões para receber migrantes, a Comece também pede que sejam evitadas soluções que possam levar à criação de campos com condições perigosas. Nos últimos meses, a crise dos refugiados ucranianos estabeleceu um alto padrão para a recepção de refugiados na União Europeia. Ela se tornou um claro exemplo da capacidade generosa empregada pelos Estados e sociedades da Europa para proteger indivíduos e famílias que buscam asilo. Pedimos e incentivamos as instituições da União Europeia e seus Estados-membros, finaliza o texto, a concluir um acordo justo e equitativo sobre o Pacto da UE acerca da migração e asilo que está sendo negociado atualmente e a baseá-lo nos princípios acima mencionados.

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19 dezembro 2023, 10:59