Fisichella: o presépio é a beleza da essencialidade
Alessandro De Carolis – Cidade do Vaticano
A cena sempre é a mesma desde que São Francisco a imaginou há exatos 800 anos, inspirado nos relatos nos Evangelhos e também do que ele admirava nos mosaicos de Roma. Não as mesmas são as histórias e as mãos que lhe deram infinitas formas, filtrando com criatividade a experiência que está por detrás. Porque um presépio construído peça por peça pelos presidiários não é o mesmo montado com as caixas de remédios pela própria mãe.
A exposição “100 Presépios no Vaticano” – aberta na tarde desta sexta-feira sob o braço esquerdo da Colunata da Praça de São Pedro – é isso: uma exposição de habilidade e fé, cores e engenhosidade em que observando, parada após parada, a noite que mudou o mundo. Em cada presépio percebe-se um coração que bate de tantas maneiras quanto a vida dos artesãos que quiseram construí-lo daquela maneira precisa.
O presépio é envolvimento
Maneiras que também refletem as tantas culturas dos 22 países de onde provêm os mais de 120 presépios expostos, da Ucrânia a Taiwan, dos Estados Unidos às Filipinas, da Rússia à Venezuela.
São Francisco – explica o arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, curador da exposição – “teve uma grande intuição e, voltando a Greccio, não quis fazer outra coisa senão repropor o que a Igreja havia sempre representado. Só que quis fazè-lo de maneira direta, envolvendo as pessoas. Porque o Natal é isso, envolver as pessoas."
O essencial que constrói o futuro
Impressiona, das proveniências, que a cena da Natividade - ícone universal da paz - venha de países em guerra entre si, quase como se o artista e a sua arte quisessem encontrar e dar consolo por meio de Maria e José que acolhem o pequeno Jesus. Ou a cena mais simples e poderosa juntas, que mudou o destino da humanidade e ainda alimenta a esperança e a certeza de que o ódio e o sangue cessarão diante da essencialidade da manjedoura de Belém.
“O presépio – observa dom Fisichella – é feito de muitos sinais, mas o primeiro sinal é o da precariedade. Deus nasce onde há poucas pessoas – Maria, José, alguns pastores – ou seja, onde há o essencial. E o presépio é belo quando foca nesse aspecto. Tudo ali – conclui o prelado – nos fala de esperança. E nos convida a considerar o nosso presente para construir o nosso futuro."
Exposição com entrada gratuita
Na inauguração da exposição, que dá continuidade à série de iniciativas culturais que visam o Jubileu de 2025, presentes o embaixador italiano junto à Santa Sé, Francesco Di Nitto, e também o ministro geral da Ordem dos Frades Menores, padre Massimo Fusarelli, junto com o prefeito de Greccio Emiliano Fabi, em recordação do primeiro presépio franciscano de oito séculos atrás.
A exposição poderá ser visitada até domingo, 7 de janeiro de 2024, todos os dias das 10h00 às 19h30, com entrada gratuita.
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