Sudão: maior número de crianças deslocadas do mundo
Rosa Martins – Vatican News
Cerca de 3, 5 milhões de crianças foram forçadas a fugir de suas casas no Sudão: é a maior crise de deslocamento de menores no mundo. Precisamente 253 bebês e crianças foram evacuados com segurança neste mês dos centros de trânsito em Wad Madani, principal cidade de Aljazira, para um local mais seguro no país.
O deslocamento desses menores se deu após o início dos combates no Estado de Aljazira. Muitas dessas crianças estão migrando pela segunda vez, após terem sido retiradas dos orfanatos de Mygoma, em Cartum, no início deste ano, com o início da guerra em abril.
De acordo com o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Sudão, Mandeep O'Brien, “a recente escalada do conflito e o fato de que essas crianças tiveram que se deslocar de áreas anteriormente consideradas mais seguras, é um lembrete cruel do preço contínuo que a guerra está cobrando das crianças”.
Para O’brien, a passagem segura foi possível graças à cooperação e à facilitação de ambos os lados do conflito e ao apoio de parceiros importantes. “No entanto, enquanto os combates continuarem, nenhuma criança no Sudão estará verdadeiramente segura", enfatiza.
Uma força-tarefa entre o Ministério do Desenvolvimento Social, o Unicef e parceiros está sendo realizada a fim de fornecer às crianças cuidados médicos, alimentação e nutrição, apoio psicossocial. Soma-se ainda, a estas atividades momentos lúdicos e educacionais, ajuda aos cuidadores e o trabalho com autoridades afins e parceiros relevantes na busca de famílias adotivas para as crianças.
No Sudão, 14 milhões de crianças precisam, com urgência, de ajuda humanitária
Em todo o Sudão, mais de 14 milhões de crianças precisam urgentemente de ajuda humanitária para salvar vidas, o maior número já registrado no país. A guerra no Sudão resultou na maior crise de deslocamento de crianças do mundo. Cerca de 3,5 milhões de crianças foram forçadas a fugir de suas casas devido aos combates.
Mais da metade dos Estados do Sudão (10 dos 18), estão agora em conflito ativo.
Esta escalada da violência continua a ameaçar a vida e o futuro de famílias e crianças: muitas instalações fechadas, danificadas ou destruídas. Os serviços básicos de saúde e nutrição, educação, água, saneamento e proteção foram interrompidos.
O UNICEF, continua a pedir um cessar-fogo imediato em todo o Sudão e reitera seu apelo a todas as partes envolvidas no conflito para que respeitem o direito internacional humanitário e os direitos humanos. Pede que seja garantida a proteção das crianças e que facilitem o acesso humanitário imediato, seguro e sem obstáculos às crianças e famílias nas áreas afetadas. Sem esse acesso, as crianças privadas de ajuda humanitária básica e vital, permanecerão ameaçadas e vulneráveis.
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