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ONU pede fim às graves violações contra os direitos das crianças

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o UNICEF metade dos refugiados da guerra na Ucrânia são crianças e adolescentes.

Rosa Martins - Vatican News

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Após os ataques ocorridos no último dia 06 de janeiro, na Ucrânia, o Fundo das Nações Unidas para Infância da ONU, naquele país (UNICEF), pede o fim das graves violações contra os direitos das crianças. De acordo com relatos, 5 crianças foram mortas na região de Donetsk, 3 crianças ficaram feridas nas regiões de Dnipropetrovsk e Kherson. Uma escola foi danificada na região de Kharkiv. Pelo menos oito escolas e 10 unidades de saúde, incluindo uma clínica de obstetrícia, foram danificadas na última semana. Casas foram destruídas e milhões de crianças começaram o Ano Novo sob o som de sirenes e bombardeios, alimentando  o medo e a insegurança.

A Ucrânia entrou para a pole position no rancking das violações dos direitos das crianças com mortes ou mutilações. É o país com o maior número de casos de crianças mortas ou mutiladas, de acordo com o relatório da ONU, lançado em dezembro de 2023. Desde o início da guerra, 1.800 crianças foram mortas ou mutiladas.

Crianças são a metade dos refugiados da guerra na Ucrânia

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o UNICEF,  crianças e adolescentes são a metade dos refugiados da guerra na Ucrânia. Dois milhões de meninos e meninas têm chegado à Polônia, Romênia, Maldóvia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca. Esta realidade favorece o tráfico humano e a exploração infantil.

Em todo o mundo, as crianças que vivem em áreas propensas a confrontos ou conflitos armados sofrem muito com a violência e as violações de seus direitos.  Na verdade, apesar de os grupos armados e as forças armadas serem obrigados pelo Direito Internacional Humanitário a proteger todos os civis, inclusive meninos e meninas, eles permanecem particularmente vulneráveis em tempos de guerra. 

A ONU estima que, entre 2005 e 2020, mais de 226 mil violações graves contra crianças ocorreram em mais de 30 lugares em todo o mundo, da América Latina ao Oriente Médio, da África à Ásia.

Violações: assassinato, mutilação, recrutamento, ataques, estupro e sequestro

Para monitorar, prevenir e erradicar esses conflitos, o Conselho de Segurança da ONU identificou e condenou as 6 violações mais graves contra crianças em situações de guerra: mutilação,  assassinato, sequestro, recrutamento de meninos e meninas por forças e/ou grupos armados, ataques a escolas e hospitais, estupro e outros tipos de violência sexual e a negação de ajuda humanitária.

-20 graus célsius

Crianças de toda a Ucrânia foram forçadas a se refugiar em porões, abrigos antibombas e estações de metrô, muitas vezes no frio das primeiras horas da manhã. Para as crianças cujas casas foram danificadas ou destruídas, e para aquelas cujo acesso à eletricidade, aquecimento e água foi cortado, a situação é particularmente dramática, pois elas suportam temperaturas de até -20 graus Celsius.

Os efeitos da guerra na saúde mental das crianças

De acordo com a psicoterapeuta, Helen Mavichian, embora as crianças não tenham capacidade para entender os porquês geopolíticos, sociais ou econômicos do conflito, compreendem que algo de desagradável está acontecendo. “Principalmente aquelas acima dos 4 anos, conseguem compreender que existe uma briga entre países que está trazendo dor e perdas a elas e àqueles que amam”.

Já a psicóloga da Organização Medico Sem Fronteiras, que trabalhou na Palestina e na Siria, Ionara Rabelo, explica que “a guerra e o medo são capazes de afetar a capacidade de aprender, geram alterações na fala e fazem com que elas cresçam preparadas para revidar a qualquer conflito".

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08 janeiro 2024, 14:09