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Colômbia: crise humanitária grave e manifestação contra assassinatos de líderes sociais

Desde o início do ano foram registrados 11 massacres envolvendo várias pessoas, 19 assassinatos de líderes sociais e cinco de signatários do acordo de paz no país. Estão ocorrendo contínuos assassinatos, ameaças, exploração, deslocamento, confinamento, restrições da mobilidade e escassez de alimentos entre a população, denuncia a Diocese de Santa Rosa de Osos, que condena categoricamente a crise humanitária sofrida pelas comunidades nos municípios de Remedios, Segovia, Zaragoza e El Bagre

Vatican News

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Continuam as situações de conflito na Colômbia que também envolvem a população civil. Uma realidade contra a qual uma manifestação da Ong "Defendamos la paz" foi realizada esta terça-feira, 20 de fevereiro, em Bogotá, para trazer à tona a situação de extremo risco vivida por líderes sociais e signatários do acordo de paz de 2016. De acordo com dados da Indepaz, outra Ong, desde o início do ano foram registrados 11 massacres envolvendo várias pessoas, 19 assassinatos de líderes sociais e cinco de signatários do acordo de paz no país.

Agravamento da crise humanitária

A mais recente situação de emergência vem do norte do país. Em um comunicado, a Diocese de Santa Rosa de Osos condena categoricamente a crise humanitária sofrida pelas comunidades nos municípios de Remedios, Segovia, Zaragoza e El Bagre, no departamento de Antioquia, bem como no sul do departamento de Bolívar, devido ao controle territorial que os grupos armados ilegais da região vêm disputando há vários meses e que se agravou nos últimos dias.

População sofre escassez de alimentos

De acordo com a diocese, estão ocorrendo contínuos assassinatos, ameaças, exploração, deslocamento, confinamento, restrições da mobilidade e escassez de alimentos entre a população. "A defesa e o respeito pela vida humana são superiores a qualquer desejo material; não é permitido extrair o metal precioso à custa de extinguir a luminosidade da dignidade humana e comprometer a herança de nossos irmãos e irmãs, destruindo nossa casa comum", diz o padre Luis Alfonso Urrego Monsalve, administrador diocesano.

Manifestação contra assassinatos de signatários do acordo de paz e líderes sociais em Bogotá, em 20/02/2024
Manifestação contra assassinatos de signatários do acordo de paz e líderes sociais em Bogotá, em 20/02/2024

Igreja, instrumento de diálogo, perdão e reconciliação

A diocese faz um apelo urgente às autoridades nacionais, departamentais e locais "de acordo com seu compromisso constitucional" para que assumam o controle do território, protegendo aqueles que estão à mercê da ilegalidade. Com relação à missão que a Igreja está realizando, informam que a Pastoral Social diocesana e o Secretariado Nacional de Pastoral Social, em coordenação com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), buscaram um acompanhamento permanente para as comunidades afetadas por essa situação. Além disso, continuarão a ser "firmes em seu compromisso de acompanhar as comunidades na salvaguarda de sua dignidade", além de estarem disponíveis para "serem instrumentos de diálogo, perdão e reconciliação".

Recrutamento de meninos-soldados na Colômbia

Juntamente com essas emergências, prosseguem as denúncias de recrutamento de meninos-soldados no país. "A Colômbia continua registrando entre os tristemente mais altos números de recrutamento de menores no mundo, o uso de meninos em um conflito armado interno que se arrasta há 60 anos". A denúncia é de Patricia Tobón, ativista indígena, diretora da Unidade de Vítimas e membro da Comissão da Verdade, durante a semana de mobilização internacional "Mãos Vermelhas", dedicada a denunciar o recrutamento de meninos-soldados na Colômbia. Várias expressões da sociedade civil, também ligadas à cooperação italiana, como as associações Creciendo Unidos, Scuola Viaggiante, a rede nacional Coalico e o Observatório Selvas, organizaram mesas-redondas e uma manifestação na centralíssima Plaza de Bolívar, em Bogotá, para aumentar a conscientização sobre o problema que afeta muitos países do mundo, da Colômbia à Palestina e à Nigéria.

(com Sir)

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21 fevereiro 2024, 13:57