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 Os casamentos forçados continuam a ser uma prática corrente, especialmente na África Subsariana Os casamentos forçados continuam a ser uma prática corrente, especialmente na África Subsariana  (AFP or licensors)

Aumento de casamentos forçados e mutilação genital feminina

Os casos no mundo de casamento precoce forçado e mutilação genital cresceram cerca de 15% desde 2016. É por isso que a organização não governamental ActionAid promoveu o projeto “Join our Chain” com o objetivo de prevenir e reduzir o aparecimento destes fenómenos.
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Os numerosos casos de casamentos forçados e precoces e de mutilação genital feminina alarmam cada vez mais a comunidade internacional. De fato, até a presente data, aproximadamente 650 milhões de mulheres no mundo casaram antes dos dezoito anos, enquanto 230 milhões sofreram mutilação genital.

Mas a situação também é grave na Itália e é por isso que a ONG ActionAid decidiu lançar o projeto “Join our Chain”. “É um modelo multissetorial que opera em três níveis, com vista à prevenção e intervenção em situações de risco”, explica Benedetta Balmaverde, diretora do projeto ActionAid, à Rádio Vaticano – Vatican News.

Os números do fenômeno

Os casamentos forçados e a mutilação genital feminina registaram um aumento de 15% desde 2016. São dados oficiais, fornecidos pelo Unicef, mas que descrevem apenas parcialmente a gravidade dos dois fenômenos. Na verdade, os casamentos forçados e a mutilação genital feminina continuam ser práticas generalizadas em muitos países, especialmente na África Subsaariana, no Médio Oriente e no Sudeste Asiático.

A Europa, e especificamente a Itália, não está isenta deste triste fenômeno. Os últimos dados disponíveis, publicados em 2019, indicam que mais de 87 mil mulheres foram vítimas destes episódios, com uma concentração significativa de casos nas comunidades nigeriana, etíope e egípcia. “O número total absoluto destas práticas está aumentando – explica Balmaverde – uma vez tratar-se de países que registram um forte crescimento demográfico. E o crescimento ocorreu especialmente após a pandemia. Contudo, quando estas mulheres chegam à Itália, a implementação destas práticas diminui. Mas faltam pesquisas atualizadas em nível nacional”.

O projeto "Junte-se à nossa Corrente"

Promovido pela ActionAid em Milão e agora ampliado também a Roma, o projeto visa combater o fenômeno da mutilação genital feminina e do casamento precoce.

“A cadeia de intervenção – continua Balmaverde – está dividida em três fases: emergência, para coleta de relatórios de situações de risco; despacho, para reportar casos às instituições presentes na área; e assistência e proteção, para proteger e apoiar as vítimas."

A iniciativa consiste em uma abordagem integrada que, para combater estas duas práticas nocivas, conta com a participação de diferentes profissionais e setores: escolas, serviços sociais e de saúde, autoridades policiais e linguística-culturais mediadoras.

“Um papel fundamental - conclui Balmaverde - é desempenhado pelos formadores comunitários, figuras-chave nas atividades de sensibilização e apoio nas comunidades envolvidas. A nossa intervenção pretende ser uma resposta concreta a estas graves violações de direitos, integrando prevenção, assistência e proteção.

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28 junho 2024, 09:19