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Povo somali marcha contra o acordo portuário Etiópia-Somalilândia, em Mogadíscio. Povo somali marcha contra o acordo portuário Etiópia-Somalilândia, em Mogadíscio. 

Turquia media crise entre Somália e Etiópia

Tentativas da Turquia de neutralizar o acordo entre a Etiópia e a Somalilândia
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A Turquia media a crise entre Somália e Etiópia devido ao acordo naval assinado por esta última no início do ano com a região separatista da Somalilândia.

Nas conversações que tiveram lugar na segunda-feira 1° de julho, em Ancara, os ministros do Exterior de Adis Abeba e de Mogadíscio puderam aprofundar mais detalhadamente as próprias posições para buscar um acordo que pudesse satisfazer ambas as partes.

O mediador era o ministro de Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, com vasta experiência em questões africanas, tendo sido chefe da inteligência turca (MIT) durante anos e antes ainda da agência turca de cooperação internacional (TIKA).

A Turquia, por outro lado, pode ser vista como uma parte em causa tendo alcançado um acordo naval com a Somália que pode ser interpretado como voltado a contrapor o acordo entre a Etiópia e a Somalilândia. Mas o fato que Adis Abeba tenha sentado à mesa com o seu homólogo somali precisamente em Ancara é uma indicação de uma renovada influência turca no Chifre de África, capaz de dialogar a 360 graus.

A declaração final das conversações afirma que “os ministros da Somália e da Etiópia reafirmam o seu compromisso com uma resolução pacífica das diferenças e expressam o seu apreço à Turquia pela sua facilitação, bem como pelas suas contribuições positivas”. Os ministros concordaram em realizar uma segunda ronda de conversações no dia 2 de setembro.

Ausência de importância foi a Somalilândia, um país cuja independência da Somália não é reconhecida por nenhum outro Estado. O reconhecimento pela Etiópia é um dos fundamentos dos acordos estipulados em janeiro, mas ainda não operacionalizados. Em troca do reconhecimento da Etiópia, a Somalilândia concederá um arrendamento por 50 anos de aproximadamente 20 km da costa da Somalilândia e a criação de uma base naval. Após a independência da Eritreia em 1993, a Etiópia perdeu o acesso ao mar. A maior parte do seu comércio marítimo passa atualmente pelo Djibuti. E é notícia recente que o governo da Somalilândia acusou o Djibuti de acolher e equipar uma milícia de clã com o objetivo de desestabilizar a Somalilândia.

*Com Agencia Fides

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02 julho 2024, 14:52