Vislumbres de trégua entre Israel e Hamas: otimismo cauteloso dos Estados Unidos
Silvia Giovanrosa - Cidade do Vaticano
A delegação de mediadores, composta por representantes do Egito, Qatar, Estados Unidos e Israel, trabalha desde ontem para tentar chegar a um acordo de trégua dos combates na Faixa de Gaza. Segundo fontes egípcias, parecem ter sido alcançados acordos em alguns pontos, em particular no cessar-fogo e na troca de prisioneiros, mas prevê-se que as negociações sejam longas e complexas.
Netanyahu: acordo sim, mas não a todo custo
Sobre o assunto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao encontrar em Jerusalém o enviado do presidente dos EUA para o Oriente Médio, Brett McGurk, disse estar interessado em trabalhar no acordo, contanto que sejam mantidos alguns pontos dos quais não está disposto a ceder: impedir o contrabando de armas do Egito para Gaza, permitir que Israel retome os combates até que todos os "objetivos de guerra" sejam alcançados, não permitir "o regresso de milhares de terroristas armados ao norte de Gaza e maximizar o número de reféns vivos que o Hamas se comprometa em restituir. O porta-voz da segurança nacional dos EUA, John Kirby, expressou um cauteloso otimismo quanto ao resultado das negociações em Doha. Segundo o diplomata estadunidense, ainda existem diferenças entre as partes, mas podem ser reduzidas.
Novos combates no campo de batalha
O exército israelense anunciou ter concluído ontem uma operação militar que levou à destruição de numerosas posições do Hamas, descobertas em novos túneis subterrâneos e à morte de cerca de uma centena de milicianos. Armas, laptops e equipamentos de comunicação foram encontrados dentro dos túneis. Além disso, foram encontrados equipamentos que permitem estadias prolongadas e infraestruturas de eletricidade e gás. Também ontem, as Forças de Defesa Israelenses anunciaram que bombardearam posições militares sírias construídas nas Colinas de Golã, o que o Estado judeu considerou uma violação do acordo de retirada de 1974 que pôs fim à guerra do Yom Kippur.
O pedido para evacuar a cidade de Gaza
O anúncio das Forças de Defesa Israelenses que ontem ordenaram aos cidadãos da Cidade de Gaza que desocupassem a área lançando panfletos sobre a cidade continua a causar preocupação. O pedido é para que a população se desloque para sul, para zonas humanitárias, dado o perigo da zona que ainda é palco de fortes confrontos.
A última unidade de saúde dos Médicos Sem Fronteiras no norte de Gaza foi forçada a fechar temporariamente depois que as forças israelenses emitiram uma ordem de evacuação. Com repetidas ordens de despejo e destruição de instalações de saúde, as pessoas no norte de Gaza quase não têm chance de obter cuidados de saúde essenciais, disse MSF em um comunicado. A maioria das instalações médicas no norte de Gaza já não funcionam ou enfrentam uma escassez crítica de abastecimentos.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui