Aumento da tensão no Líbano. Irã anuncia uma "resposta esmagadora" a Israel
Luca Collodi, Silvonei José – Vatican News
Um ataque aéreo israelense teria atingido neste domingo a usina elétrica da cidade de Taybeh, no sul do Líbano, que está conectada a um sistema de abastecimento de água. A mídia libanesa informou que, devido ao incêndio que começou na usina, a água foi cortada em dezenas de cidades atendidas pela usina. Em Israel, em uma reunião do governo realizada neste domingo, 4 de agosto, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu enfatizou que "Israel está em guerra em várias frentes contra o eixo do mal do Irã", "atacando duramente cada um de seus braços ". O chefe do parlamento de Teerã, Mohammad Baqer Qalibaf, respondeu falando de uma "resposta esmagadora" e de uma "lição histórica", com ameaças a Israel e aos Estados Unidos em relação ao assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, na quarta-feira. Enquanto isso, de acordo com a imprensa dos EUA, citando fontes de inteligência dos EUA e de Israel, a retaliação iraniana pelo assassinato do líder político do Hamas pode ocorrer em um ataque nas próximas horas desta, segunda-feira.
Medo
"A população vive em um estado constante de medo. Esse medo não se limita apenas ao Líbano, mas se estende a toda a região do Oriente Médio, onde todos os países são permeados pela incerteza sobre o futuro". Dom Joseph Soueif, arcebispo maronita contatado por telefone em Trípoli, no Líbano, enfatiza à Rádio Vaticano que "as pessoas não sabem o que pode acontecer: uma guerra aberta ou talvez algo limitado ou imprevisto". "Em meio a essa instabilidade", continua ele, "a população vive aterrorizada diante desses eventos imprevisíveis e devastadores, que afetam pessoas inocentes indiscriminadamente. A situação exige um gerenciamento cuidadoso e uma visão criativa para navegar por essas águas turbulentas".
Líbano
'A cada hora, a cada dia, ouvimos uma versão diferente da guerra'. Esperemos que não", diz o arcebispo maronita, "mas se a situação piorar, será um grande prejuízo não apenas para a população local". "Entre os jovens de treze, quatorze anos, por exemplo, há muitas drogas circulando e essa crise para eles, em particular, representa uma tragédia, uma destruição total do mundo que eles conhecem e no qual cresceram." "O Líbano também enfrenta problemas econômicos e institucionais significativos, como a falta de um presidente eleito. Isso também contribui para agravar ainda mais a situação do país".
Paz
"Em meio a essas tensões e temores", exorta dom Soueif, "todos os fiéis de boa vontade são chamados a viver em paz. Sem paz, sempre haverá guerra. A paz é baseada no diálogo e na justiça, elementos fundamentais para construir uma sociedade estável e harmoniosa". "Há tentativas diplomáticas, embora limitadas, por parte do Líbano. Há um movimento diplomático mais amplo dos países envolvidos na busca pela paz na região. São muitas tentativas que esperamos que cheguem a um resultado". "No entanto, tenho certeza", conclui o arcebispo maronita libanês de Trípoli, Dom Soueif, "de que a diplomacia da Santa Sé desempenha um papel muito importante. Sei bem como a Santa Sé não deixa nenhuma oportunidade para falar sobre o Líbano e sobre a paz em todas as situações".
Ataque nas próximas horas
Exército de Israel em alerta máximo. O ataque do Irã é "iminente" até mesmo para os EUA. Pode acontecer nas próximas 24 horas", confirmou o secretário de Estado Antony Blinken no G7 convocado pelo ministro do Exterior italiano, Tajani para "conter a escalada". Teerã rejeita o apelo dos Estados árabes por moderação. Netanyahu reúne cúpulas militares e de inteligência: 'Exigiremos um preço muito alto de qualquer um que nos atacar", diz ele.
Hezbollah atacou o norte de Israel durante a noite. Segundo o exército israelense, feridos não gravemente um oficial e um soldado do exército. A Itália também, como os EUA e a Grã-Bretanha, convida cerca de 3.000 concidadãos a deixarem o Líbano imediatamente. Em vez disso, permanecem os soldados da missão Missão da Unifil.
Segundo a imprensa internacional Moscou enviou a Teerã armas, sistemas de guerra eletrônicos e mísseis Iskander.
'Chega de guerra no Oriente Médio, não sufoque a paz. Ataques e assassinatos seletivos não são a solução", disse o Papa no Angelus deste domingo. Entretanto, os ataques israelenses na Faixa de Gaza continuam.
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