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As origens do Luxemburgo remontam ao início da Idade Média, quando foi construída uma pequena fortificação, Lucilinburhuc. As origens do Luxemburgo remontam ao início da Idade Média, quando foi construída uma pequena fortificação, Lucilinburhuc.  (pixabay)

O Grão-Ducado de Luxemburgo que recebe o Papa Francisco

"Amanhã partirei para o Luxemburgo e a Bélgica, peço-vos que rezeis por mim e pelos frutos desta Viagem Apostólica ao coração da Europa Ocidental", foi o pedido do Papa Francisco aos fiéis de língua espanhola,. presentes na Audiência desta quarta-feira, véspera de sua viagem.

Vatican News

O Grão Ducado de Luxemburgo, país da Europa Ocidental sem saída para o mar, faz fronteira com a Bélgica a oeste e ao norte, com a Alemanha a leste e a França ao sul.

O seu território, prevalentemente montanhoso e coberto de bosques, está dividido em duas regiões principais: o Oesling no norte, caracterizado pelo maciço das Ardenas, que cobre cerca de um terço da superfície do país, cujo ponto mais alto é o Kneiff (560 metros); e Gutland, no sul do país, com as suas planícies onduladas e o vale do Mosela, o ponto mais baixo do Luxemburgo, que leva o nome do rio com o mesmo nome, que corre ao longo da famosa zona vitivinícola de Luxemburgo e por cerca de 37 km marca a fronteira natural com a Alemanha. O rio mais longo é o Sûre, um afluente do Mosela. Outras rios importantes ​ são o Alzette ao sul, o Wiltz ao norte e o Our, um afluente do lado esquerdo do Sûre. Existem várias bacias lacustres, a maior das quais é artificial, o Lac de la Haute-Sûre (3,8 km2). O clima é subatlântico, com invernos bastante frios.

Capital: Luxemburgo (128.097 habitantes)
Superfície: 2.586 km2
População: 654.000 habitantes.
Densidade: 253 habitantes/km2
Idioma: luxemburguês, francês, alemão (oficial).
Principais grupos étnicos: luxemburgueses (52%), portugueses (16%), franceses (8%), italianos (4%), belgas (3%), alemães (2%), espanhóis (1%) outros (13%)
Religião: católicos (41,5%), muçulmanos (2%), não religiosos (27%)
Forma de governo: monarquia constitucional parlamentar
Moeda: euro

Localizado entre os rios Mosa e Mosela, apesar de suas modestas dimensões Luxemburgo esteve no centro de guerras de sucessão e conflitos europeus durante séculos. O seu lema, “Mir wölle bleiwe wat mir sin” (Queremos continuar a ser o que somos), reflete o seu desejo de independência dos países que o dominaram ao longo dos séculos e a sua determinação em preservar a sua identidade nacional.

As origens do Luxemburgo remontam ao início da Idade Média, quando foi construída uma pequena fortificação, Lucilinburhuc, adquirida em 963 pelo Conde Sigefroi. Nos séculos seguintes o Condado adquiriu cada vez mais importância e poder político e em 1354 foi elevado à categoria de Ducado, expandindo o seu território. No entanto, devido à sua posição estratégica, o Ducado foi durante muito tempo disputado pelas potências vizinhas e mudou de mãos diversas vezes. Dos Borgonheses aos Habsburgos, passando pelos espanhóis e pelos franceses, o destino do Luxemburgo foi muitas vezes decidido por alianças políticas e conflitos militares.

Após o fim do Império Napoleônico, Luxemburgo foi anexado aos Países Baixos. Posteriormente, adquiriu o título de Grão-Ducado, tendo à frente Guilherme I de Orange-Nassau. Em 1830 participou da Revolução belga e até 1839 esteve associado à vida da Bélgica. Com o tratado de 1839, a parte ocidental do Luxemburgo permaneceu unida ao novo reino, constituindo a província belga de Luxemburgo. A parte oriental continuou a constituir um Grão-Ducado sob a soberania do Rei dos Países Baixos. As relações entre o Grão-Ducado e o Reino dos Países Baixos assumiram um carácter de simples união pessoal até 1890, quando o Grão-Duque Guilherme III morreu sem deixar herdeiros homens. Como a sucessão feminina não vigorava no Grão-Ducado, subiu ao trono Adolfo, o último duque de Nassau. Os seus descendentes continuaram a reinar sobre o país.

O atual Grão-Duque é Enrico (Henri), que subiu ao trono em 2000, após a abdicação do seu pai Jean. Em junho, o Grão-Duque Henrique anunciou a sua intenção de abdicar em favor do seu filho mais velho, Guilherme (Guillaume).

Com o Tratado de Londres de 1867, Luxemburgo adquiriu o status de Estado neutro e independente. O status de neutralidade de Luxemburgo, aliado ao rápido desenvolvimento da sua indústria siderúrgica, contribuiu para o seu crescimento econômico e prosperidade. As duas guerras mundiais também tiveram um forte impacto no Grão-Ducado, apesar da sua neutralidade. Mais uma vez, a sua posição estratégica tornou-o alvo de potências estrangeiras, a começar pela Alemanha que ocupou o território durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.

Após a Segunda Guerra Mundial, Luxemburgo renunciou à sua neutralidade e esteve entre os 12 países fundadores da OTAN e entre os seis membros fundadores da Comunidade Econômica Europeia (CEE), juntamente com França, Alemanha, Itália, Bélgica e Países Baixos.

Em 1986, a cidade do Luxemburgo tornou-se uma das três capitais da União Europeia juntamente com Bruxelas (Bélgica) e Estrasburgo (França) e hoje a cidade é sede de várias instituições e órgãos europeus: o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas  o Banco Europeu de Investimento; o Fundo Europeu de Investimento e vários departamentos da Comissão Europeia.

A partir do período pós-guerra, Luxemburgo também iniciou um processo de diversificação da sua economia e a capital tornou-se hoje um centro financeiro global que o tornou o país com o maior PIB per capita da União Europeia (0,5% do PIB total ).

No que diz respeito ao sistema político, o Grão-Ducado do Luxemburgo é uma monarquia constitucional parlamentar. O atual governo de centro-direita liderado desde 2023 pelo primeiro-ministro Luc Frieden do Partido Popular Social Cristão (CSV) reforçou a posição pró-atlântica do Grão-Ducado após a invasão russa da Ucrânia e anunciou recentemente o aumento das despesas militares para um novo plano de rearmamento.

A capital Luxemburgo

 

A capital Luxemburgo (128.097 habitantes), capital e maior cidade do Grão-Ducado de Luxemburgo, está localizada no sul do país, sobre um penhasco rochoso, na confluência dos rios Alzette e Pétrusse. A cidade está dividida em 24 distritos. O seu nascimento remonta a uma torre de vigia da era romana localizada no cruzamento de duas estradas consulares e a um castelo construído depois de 963 por Siegfried I das Ardenas.

Em 987, uma igreja foi construída por Egbert, arcebispo de Trier, e posteriormente se desenvolveu um mercado. A posição central conferia ao local um valor militar estratégico, pelo que as fortificações da cidade, na Idade Média, foram ampliadas por sucessivos governantes, nomeadamente durante o reinado de João, o Cego, conde do Luxemburgo em 1340.

Nos séculos XIV e XV três membros da Casa do Luxemburgo governaram como imperadores do Sacro Império Romano. Posteriormente, o principado em crise foi vendido à Casa da Borgonha em 1437, para passar depois ao Império Habsburgo em 1477 e, em meados do século XVI, sob o controle dos Habsburgos espanhóis, passando a fazer parte dos Países Baixos espanhóis. Mais tarde, Luxemburgo passou do controle francês para os Habsburgos austríacos, para depois retornar novamente à França, Prússia e Holanda. Após o tratado de paz de 1867, muitas das fortificações, pelas quais a cidade foi chamada de "a Gibraltar do Norte", foram desmanteladas nos 16 anos seguintes.

A independência foi alcançada em 1890. O país foi então ocupado pela Alemanha quer na Primeira como na Segunda Guerra Mundial. No entanto, um governo luxemburguês exilado na Grã-Bretanha combateu com os Aliados contra a Alemanha nazista. Após a guerra, o país recuperou a independência, passando a fazer parte da OTAN em 1949, e em 1957 foi um dos seis países que empreenderam a aventura comunitária.

Local de nascimento de um dos fundadores da União Europeia, Robert Schuman, Luxemburgo é uma das três sedes oficiais da União Europeia e acolhe o Tribunal de Justiça, o Banco Europeu de Investimento, o Tribunal de Contas Europeu, o Secretariado-Geral da União Europeia Parlamento, o Serviço das Publicações, o Eurostat, o Centro Europeu de Estatísticas, bem como numerosos serviços da Comissão Europeia.

Tem um dos maiores PIB per capita do mundo e está entre as melhores cidades em termos de qualidade de vida e segurança pessoal. É limpa, organizada e confortável. O bairro da cidade velha é Patrimônio Mundial da UNESCO.

Entre os marcos da cidade: a Catedral de Notre-Dame, em estilo gótico tardio, com elementos renascentistas (século XVII); as fortificações; o Palácio Grão-Ducal, em estilo renascentista flamengo (século XVI); as Bock Casemates, uma rede de túneis subterrâneos do século XVIII; o prédio dos Correios, em estilo neo-renascentista (séc. XIX); o Cemitério e Memorial Americano, local de sepultamento de mais de 5.000 soldados estadunidenses da Segunda Guerra Mundial, incluindo o General George Patton; e o MUDAM (Musée d'Art Moderne Grand-Duc Jean), o principal museu de arte da cidade. A praça principal é a Place Guillaume, dominada pela Câmara Municipal de Luxemburgo, construída em 1838 em estilo neoclássico. Chemin de la Corniche é, no entanto, a rua pedonal mais bonita da cidade. Na Praça da Constituição, dominada por uma coluna muito alta que sustenta a famosa estátua da Dama de Ouro (Gëlle Fra, 1923), em homenagem aos caídos da Primeira Guerra Mundial, pode-se desfrutar de uma magnífica vista da histórica ponte Adolfo e do Rio Pétrusse. No centro do Luxemburgo existe também um amplo espaço verde, constituído pelo Parque Municipal.

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26 setembro 2024, 07:00