Haiti. Ilegalidade, corrupção e abuso: escalada dramática da violência de gênero
Vatican News
A atual crise política e de segurança do Haiti continua a aumentar drasticamente a violência contra as mulheres na ilha caribenha. De acordo com um relatório recente da ONU, várias fontes locais em diferentes partes da capital, Porto Príncipe, afirmaram que houve um aumento preocupante nos casos de estupro e violência baseada em gênero (VBG) praticados por gangues impiedosas como um meio rotineiro de torturar e controlar as vítimas.
Atualmente, há mais de 700.000 deslocados internos no Haiti, metade deles crianças, e 25% deles vivem em campos improvisados em Porto Príncipe. Em geral, são escolas, igrejas ou prédios do governo superlotados, onde há pouco ou nenhum acesso a serviços básicos, alimentos ou assistência médica. Os acampamentos geralmente estão localizados em áreas controladas por gangues, o que torna o acesso à ajuda particularmente difícil.
Clima geral de violência
As organizações haitianas de direitos humanos lançam constantemente o alarme sobre a violência contra mulheres e meninas em um país que, na maioria das vezes, ignora seus direitos, necessidades e potencial. Essa violência é flagrante nos campos de deslocados internos. De acordo com um relatório da ONU de julho de 2024, as mulheres e meninas nos campos estão particularmente em risco e o estupro é “usado na maioria dos campos como uma tática deliberada para controlar o acesso delas à assistência humanitária”.
O clima geral de violência inclui o assassinato, há alguns dias, pela polícia haitiana, de Kendy, conhecido como “Jeff Mafia”, considerado o número dois do cartel de gangues criminosas chefiado por Jimmy Cherizier, conhecido como “Barbecue”, o que provocou mais violência com a subsequente retaliação dos grupos armados, que incendiaram várias casas e semearam o pânico em vários bairros da capital. Mais ainda, na terça-feira, 17 de dezembro, o Hospital Bernard Mevs, em Porto Príncipe, o único centro de trauma neurológico do Haiti, foi destruído. As ameaças contra o hospital começaram há duas semanas, quando a equipe foi forçada a transferir os pacientes presentes no local.
(com Fides)
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