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Papa Francisco durante Audiência Geral Papa Francisco durante Audiência Geral 

O Papa escreve prefácio de livro de Carriquiry: América latina vive em angústia

O livro, lançado por ocasião do bicentenário da independência latino-americana, será apresentado no dia 16 de novembro na “sala magna” da Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (Lumsa).

Cidade do Vaticano

“Um longo período de depressão causada pela crise econômica mundial marcou uma transição até o momento atual, no qual a América Latina parece viver na angústia e na incerteza, com estruturas políticas rachadas, com um novo aumento da pobreza e dos abismos da exclusão social para muitos”.

É quanto escreve o Papa Francisco no prefácio da nova edição do livro “Memória, Coragem e Esperança. À luz do Bicentenário da Independência da América Latina”. O autor da obra é Guzmán Carriquiry Lecour, vice-presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Apresentando o livro, o Santo Padre levanta questões cruciais.

Apresentando o livro, o Santo Padre levanta questões cruciais: o que - pergunta - está acontecendo na América Latina? O que permaneceu da denominaçãocontinente da esperança”? Estamos de volta às ideologias que levaram a insucessos econômicos e devastações humanas? Depois de ter feito essas perguntas, o Papa Francisco aponta para desafios e prioridades:

“Urge poder definir e buscar grandes objetivos nacionais e latino-americanos, com consensos fortes e mobilizações populares, para além de ambições e interesses mundanos”

Lembrando também a mensagem à sua “amada pátria” por ocasião em 2016 do bicentenário da independência da Argentina, o Papa acrescenta: “precisamos - escreve - de avós sonhadores que empurrem os jovens, que - inspirados por esses mesmos sonhos - avancem com a criatividade da profecia”.

“Essa mesma criatividade da profecia - observa – pede-se aos pastores da Igreja na América Latina, fora de qualquer clericalismo desarraigado e abstrato”.

O Pontífice também ressalta que os gestos patrióticos da emancipação americana, como também nas nossas origens, as aparições de Nossa Senhora de Guadalupe no quadro de uma epopeia missionária e de uma miscigenação lacerada, estão entre os eventos fundadores da nossa grande pátria latino-americana”.

“Os povos, especialmente os pobres e simples – escreve -, mantêm suas boas razões para viver e conviver, para amar e sacrificar-se, para rezar e conservar viva a esperança. E também para lutar por grandes causas”. “Portanto – conclui – interessa-me reunir-me regularmente com movimentos populares, porta-voz da sacrossanta palavra de ordem de ‘casa, terra e trabalho’ para todos”.

O livro, lançado por ocasião do bicentenário da independência latino-americana, será apresentado no dia 16 de novembro na “sala magna” da Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (Lumsa). Entre as intervenções, está prevista o do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

Em 2011, na primeira edição do livro, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio escrevera no prólogo que “a pátria significa defender o que foi recebido, não para colocá-lo em conserva, mas para entregá-lo íntegro em sua essência”. 

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25 outubro 2017, 19:49