Papa: quanto mais escura a noite, mais próxima a aurora
Cidade do Vaticano
“Cada manhã é uma página branca que o cristão começa a escrever com as obras de bem” e “nenhuma noite é longa a ponto de fazer esquecer a alegria da aurora”, “ a certeza de que no final de nossa história está Jesus Misericordioso, é suficiente para ter confiança e não amaldiçoar a vida”.
O Papa dedicou a catequese da Audiência Geral desta quarta-feira (11/10) ao tema da “espera vigilante”. Um tema – explicou – que “ é um dos fios condutores do Novo Testamento”.
Falando aos mais de 20 mil peregrinos presentes na Praça São Pedro, Francisco recordou que o Evangelho nos recomenda a ser “como servos que nunca dormem, até que o seu patrão volte.
Este mundo exige a nossa responsabilidade e nós a assumimos inteiramente, com amor. Jesus quer que a nossa existência seja laboriosa, que nunca baixemos a guarda, para colher com gratidão e estupor cada novo dia a nós doado por Deus. Cada manhã é uma página branca que o cristão começa a escrever com as obras de bem”.
Nós já fomos salvos pela redenção de Jesus – reiterou o Papa – mas agora “esperamos a plena manifestação de seu senhorio”, “e quando este dia chegar, nós cristãos queremos ser como aqueles servos que passaram a noite com as cinturas cingidas e as lâmpadas acesas: é necessário estar prontos para a salvação que chega, prontos para o encontro”.
“O cristão não é feito para o tédio, mas para a paciência. Sabe que também na monotonia de certos dias sempre iguais, está escondido um mistério de graça. Existem pessoas que com a perseverança de seu amor se tornam como poços que irrigam o deserto. Nada acontece em vão, e nenhuma situação em que o cristão se encontra mergulhado é completamente refratária ao amor".
Ninguém sabe quando isto acontecerá – recordou o Papa - “mas a certeza de que no final de nossa história está Jesus Misericordioso, é suficiente para ter confiança e não amaldiçoar a vida”.
O fato de termos conhecido Jesus – sublinhou - nos faz “perscrutar a história com confiança e esperança”:
“Deus não desmente a si mesmo”, frisou o Santo Padre. “A sua vontade em relação a nós não é nebulosa, mas é um projeto de salvação bem delineado, Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”:
Quem traz esperança ao mundo nunca é uma pessoa remissiva, assim como “não existe construtor de paz, que no final das contas, não tenha comprometido a sua paz pessoal, assumindo os problemas dos outros”.
"A pessoa remissiva - observou o Papa - não é um construtor de paz, mas um preguiçoso, alguém acomodado. Já o cristão, é construtor de paz quando se arrisca, quando tem a coragem de se arriscar para levar o bem, o bem que Jesus nos deu, nos deu como um tesouro".
Ao concluir, o Papa convidou a todos para repetir a invocação que os primeiros discípulos, em aramaico, exprimiam com as palavras Marana tha e que encontramos no último versículo da Bíblia: “Vem Senhor Jesus”, “um refrão – observou - de cada existência cristã: no mundo não temos necessidade de outra coisa, senão de um carinho de Cristo”.
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