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Papa Francesco in visita alla cattedrale Papa Francesco in visita alla cattedrale 

Comentário: Esperança sem fim

“Amor e paz”, para Mianmar e “Harmonia e paz” para Bangladesh. Esses os lemas escolhidos, - muito semelhantes entre eles – para um viagem muito desejada por Francisco.

Silvonei José - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco não vê a hora de encontrar os povos de Mianmar e Bangladesh. E o dia está chegando. O Santo Padre deixa neste domingo o Vaticano e retorna mais uma vez ao continente asiático onde visitará, em duas etapas, precisamente Mianmar e Bangladesh, entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro.

Francisco visita Mianmar e Bangladesh onde os cristãos são poucos.

“Amor e paz”, para Mianmar e “Harmonia e paz” para Bangladesh. Esses os lemas escolhidos, - muito semelhantes entre eles – para um viagem muito desejada por Francisco, um Papa que desde o início do seu Pontificado sempre evidenciou a necessidade de uma Igreja em saída e de ir ao encontro das grandes periferias. Certamente esses dois países são periferias que anseiam o encontro com o Sucessor de Pedro.

A escolha dos dois lemas desta Viagem Apostólica internacional, a de número 21, indica o fio condutor que une as duas etapas da viagem. Um percurso, como se pode ver, que chama em causa duas palavras muito usadas por Francisco: reconciliação e fraternidade.

Francisco visitará Mianmar de 27 a 30 de novembro, mais precisamente Yangon e Nay Pyi Taw, para depois se transferir a Daca, Bangladesh, onde permanecerá até o dia 2 de novembro, quando retornará ao Vaticano.

Mais uma vez Francisco pega o seu cajado e como mensageiro de paz vai às periferias do mundo para apoiar e confirmar na fé os católicos e lançar sementes de esperança e reconciliação. O Sucessor de Pedro vai ao encontro de um pequeno rebanho – em Mianmar e Bangladesh os católicos são minoria –, mas também irá encontrar muitos outros irmãos de tradições religiosas diferentes. Um convite, um apelo a trabalhar juntos pela paz, harmonia e fraternidade, através do respeito recíproco.

Para Bergolgio será a primeira vez em Mianmar e Bangladesh. É também a primeira vez que Mianmar recebe um Sumo Pontífice, por isso, para esse povo será uma grande novidade, não só para a Igreja local, mas também para o governo e para o povo, que tem tanta necessidade de paz. Já em Bangladesh é a terceira vez de um Pontífice: Paulo VI em 1970 e João Paulo II em 1986.

Desde o primeiro momento do anúncio da visita de Francisco, os bispos birmaneses afirmaram que o Papa vem como mensageiro de paz, para encorajar os cristãos, mas também para trazer e dar uma mensagem de reconciliação aos diversos grupos étnicos que formam o país.

Precisamente o tema da proximidade às minorias religiosas será uma fundamental chave de leitura dessa visita. Em Mianmar, de fato, dos 50 milhões de habitantes, os católicos são cerca 600 mil, ou seja, pouco mais de 1%. Em Bangladesh, numa população de 160 milhões de pessoas, os católicos são menos de 400 mil, isto é, 0,3% da população.

Todavia, em ambos os países, apesar do número tão pequeno, a comunidade católica dá uma contribuição importante ao desenvolvimento, contribuindo também, no difícil caminho de reconciliação. E isso apesar dos muitos episódios de intolerância de alguns grupos extremistas principalmente na ex-Birmânia.

Mas a população de ambos os países está pronta para receber Francisco. Preparou-se com muita oração e trabalho. O Papa será acolhido por todos – garantem os bispos dos dois países -, não somente pelos católicos e cristãos, mas também pelos muçulmanos, budistas e hindus. Será uma grande festa.

Neste universo de expectativa e oração certamente durante a viagem um dos temas que será circundado de atenção diz respeito à defesa das minorias religiosas. A voz de Francisco já nos dias passados, durante o Angelus no Vaticano, ecoou em defesa do povo “rohingya”. Francisco pediu que se detenham as perseguições contra esses irmãos.

O povo Rohingya é uma minoria de religião islâmica presente, sobretudo, em Mianmar, mas também em Bangladesh.

A esperança da Igreja local é que a visita do Santo Padre possa traduzir-se em uma maior segurança para as minorias religiosas. Nos dias passados Francisco enviou duas mensagens em vídeo ao povo dos dois países que visitará. Em ambas falou que não vê a hora de encontrá-los.

Francisco mais uma vez deixa o Vaticano e parte para proclamar o Evangelho, para proclamar uma mensagem de reconciliação, perdão e paz.

Vai ao encontro de povos diferentes que vivem juntos. E ali homens de boa vontade que são chamados a promover a recíproca compreensão e respeito, amparando-se uns aos outros como membros da “única família humana”.

Francisco visita Mianmar e Bangladesh onde os cristãos são poucos. Nestes dois países há uma situação política precária como também é precária a situação humanitária. Os votos são de que, mesmo sendo a Igreja Católica uma realidade pequena, a presença de Francisco possa criar a ponte que o Evangelho representa.

O Evangelho leva as pessoas a esperarem, juntas, no amor, e Francisco é o portador desse amor que é esperança sem fim.

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24 novembro 2017, 14:30