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Com celebração da missa em Yangun, a quarta-feira do Papa foi de contato com a comunidade católica de Mianmar Com celebração da missa em Yangun, a quarta-feira do Papa foi de contato com a comunidade católica de Mianmar 

Igreja em Mianmar vive dia histórico com o Papa Francisco

O Arcebispo de Yangun, Card. Charles Bo, afirmou que a vida jamais será a mesma para os católicos em Mianmar depois desta visita, “um sonho” apenas alguns anos atrás.

Bianca Fraccalvieri - Yangun

Proximidade e colaboração: se ontem o dia do Papa foi marcado pela diplomacia, a quarta-feira de Francisco em Yangun foi de contato com a comunidade católica de Mianmar.

Para evitar o forte calor, a missa foi realizada logo cedo, com a participação de uma multidão atenta às palavras e aos gestos do seu pastor. Francisco foi diretamente ao ponto, citando as feridas e as dores da nação, às quais a vingança não pode ser a reposta. Para superar este momento, só há uma receita: perdão e misericórdia, guiados pelo “GPS” espiritual de Cristo.

O Arcebispo de Yangun, Card. Charles Bo, afirmou que a vida jamais será a mesma para os católicos em Mianmar depois desta visita, “um sonho” apenas alguns anos atrás.

“Somos um pequeno rebanho, somos como Zaqueu. Em meio às nações, nós não podíamos ver o nosso pastor. Como Zaqueu, fomos chamados: ‘desça, quero ir à sua casa’. Este é o nosso Santo Padre: o bom pastor que vai atrás dos mais fracos e dos que estão à margem.”

Com os bispos, na sede do Arcebispado, a conversa foi franca: a Igreja é acima de tudo um hospital de campanha; o sacerdote é a pessoa mais próxima do bispo; este, por sua vez, tem que se dedicar à oração e ao anúncio (ter o cheiro das ovelhas, mas também o cheiro de Deus; o catequista é o pilar da evangelização.

Falando dos jovens, repetiu uma expressão já utilizada em Mianmar: cuidado com a colonização cultural e a colonização ideológica.

O Papa ainda teve tempo para a foto de grupo com os seminaristas, com freiras e o encontro com os jesuítas do país. E abençoou 16 placas em mármore para a futura nunciatura, igrejas e seminários.

Esses encontros com a comunidade católica local foram intercalados por outro momento inter-religioso desta visita: Francisco esteve no “Kaba Aye Centre”, local símbolo do budismo Theravada e um dos templos mais venerados do sudeste asiático.

Ali, Francisco ouviu o Presidente do Conselho Supremo “Sangha”, um comitê formado por 47 monges de alto escalão nomeados pelo Ministério dos Assuntos Religiosos.

O Dr. Bhaddanta Kumarabhivamsa reafirmou a importância de as religiões contribuírem para a paz mundial, manifestando preocupação com o extremismo e o terrorismo. Por sua vez, o Pontífice falou de colaboração e respeito mútuo.

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29 novembro 2017, 17:56