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Visita do Papa a Bangladesh: esperança de maior segurança para minorias religiosas

Apesar das dificuldades, a Igreja em Bangladesh conserva uma fé bem sólida que Pe. Gabriel Costa considera possa servir de exemplo para os cristãos ocidentais, “os quais por vezes têm medo ou vergonha de mostrar sua identidade religiosa. Os cristãos bengaleses, ao invés, vivem abertamente sua fé e mostram-na com orgulho”, afirma o missionário do Pime.

Cidade do Vaticano

“Nossa esperança de cristãos em Bangladesh é que a visita do Santo Padre possa traduzir-se numa maior segurança para as minorias religiosas.” Foi o que declarou à fundação de direito pontifício “Ajuda à Igreja que Sofre” o missionário do Pontifício Instituto Missões Exteriores (Pime), Pe. Gabriel Costa, originário da Arquidiocese de Daca.

Áudio na íntegra

População bengalesa alegra-se com visita do Papa

O religioso contou que toda a população bengalesa, incluindo muçulmanos, tem a alegria de receber a visita do Papa Francisco, programada para os dias 1º e 2 de dezembro. A comunidade cristã, que representa somente 0,3% dos 160 milhões de bengaleses, aguarda o Pontífice com ansiedade e espera que Francisco possa convidar as autoridades locais a tutelar mais as minorias religiosas.

Fanatismo islâmico não faz parte da cultura bengalesa

“Após o atentado de Daca em julho de 2016, vivemos um período de medo e incerteza e fazemos votos de que o Papa possa ajudar-nos nesse sentido”, disse o sacerdote. Pe. Costa destacou que Bangladesh mudou muito nos últimos anos, em particular devido a difusão de um fanatismo islâmico que, absolutamente, não faz parte da cultura bengalesa.

Também muçulmanos não radicais são vítimas do fanatismo

“As minorias religiosas são as principais vítimas deste fanatismo, mas também os muçulmanos não radicais são atingidos”, ressaltou o missionário observando que, todavia, o partido no poder está buscando frear o extremismo e está se esforçando para tornar o país do centro-sul da Ásia mais democrático.

Ao mesmo tempo, registraram-se também mudanças positivas, como, por exemplo, o crescimento da população católica.

“Em relação à Igreja visitada por João Paulo II em 1986, que na época contava 4 dioceses, o Papa Francisco encontrará uma Igreja que hoje conta 8 dioceses e um número maior de batizados e de sacerdotes.”

“Registram-se também conversões de muçulmanos ao cristianismo, embora se trate de um processo deveras longo. De fato, a Igreja deve ser muito prudente nestes casos porque embora as conversões ao Islã não sejam proibidas pela lei, a nível social são comumente hostilizadas”, ressaltou.

Fé da Igreja asiática pode ser exemplo para cristãos ocidentais

Apesar das dificuldades, a Igreja em Bangladesh conserva uma fé bem sólida que Pe. Costa considera possa servir de exemplo para os cristãos ocidentais, “os quais por vezes têm medo ou vergonha de mostrar sua identidade religiosa. Os cristãos bengaleses, ao invés, vivem abertamente sua fé e mostram-na com orgulho”.

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11 novembro 2017, 15:31