Mensagem do Papa na inauguração da cátedra intitulada ao Patriarca Atenágoras
Cidade do Vaticano
O “diálogo” e a “amizade fraterna” entre católicos e ortodoxos são dois dos principais frutos do encontro realizado há 50 anos entre o Patriarca ecumênico de Constantinopla Atenágoras e Chiara Lubich.
É o que destaca o Papa Francisco no telegrama enviado ao Grão Chanceler do Instituto universitário Sophia, cardeal arcebispo de Florença, Dom Giuseppe Betori, por ocasião da inauguração na tarde desta quinta-feira, da cátedra ecumênica internacional intitulada precisamente ao Patriarca ortodoxo e à fundadora do Movimento dos Focolares.
Alegrando-se pela “louvável iniciativa” voltada a recordar aquele memorável encontro, o Pontífice faz votos de que o Instituto universitário de Loppiano - “seguindo o próprio carisma e aberto à ação do Espírito Santo - continue a ser lugar de encontro e de diálogo entre culturas e religiões diversas”.
A ideia de uma “cátedra ecumênica” – explica um comunicado dos Focolares – nasceu em 26 de outubro de 2015, quando o Instituto Sophia conferiu o primeiro doutorado honoris causa em cultura de unidade ao patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.
“Tal projeto acadêmico – enfatiza a presidente do movimento Maria Voce – representa um momento importante nas relações ecumênicas em curso entre as Igrejas irmãs do Oriente e do Ocidente e abre perspectivas fascinantes para um estudo centrado no respeitoso diálogo, que se prospecta ainda mais enriquecedor no dom recíproco em nível de reflexão teológica e de uma antropologia de comunhão”.
A cátedra, da qual são co-titulares o diretor do instituto, Monsenhor Piero Coda e o metropolita de Selyvria, Maximos Vgenopoulos, foi inaugurada pelo metropolita ortodoxo da Itália e Malta, Gennadios Zervos, que proferiu a palestra inaugural intitulada “O Patriarca Atenágoras e Chiara Lubich, protagonistas de unidade”.
Mensagem de Bartolomeu I
Também o Patriarca Bartolomeu enviou uma mensagem onde expressou “alegria e comoção” pela iniciativa dedicada “ao encontro profético entre dois grandes pioneiros do atual movimento ecumênico”.
As relações de amizade e de cooperação com o patriarcado ecumênico remontam a junho de 1967, quando Chiara Lubich encontrou pela primeira vez Atenágoras que confiou a ela: “É uma grande coisa conhecer-se; vivemos isolados, sem ter irmãos, sem ter irmãs, por muitos séculos, como órfãos! Os primeiros dez séculos do cristianismo foram para os dogmas e para a organização da Igreja. Nos dez séculos seguintes tivemos os cismas, a divisão. A terceira época, esta, é a do amor”.
Aquele encontro – sublinha Bartolomeu na mensagem – “não foi um evento casual”, mas foi “obra da graça de Deus, que selou entre o nosso patriarcado ecumênico e o movimento dos focolares uma comunhão de amor cristãos, de autêntica amizade e de colaboração fraterna, que continuam até os nossos dias”.
Na mensagem, Bartolomeu dirige ainda duas “paternas exortações” inspiradas no nome do instituto universitário de Loppiano e no movimento do Focolares.
Com a primeira, faz os votos aos docentes e estudantes, para “terem sempre Sophia, sabedoria, a sophia de Deus e não do mundo”.
Depois, os votos são dirigidos de maneira mais ampla aos simpatizantes do carisma dos focolares, exortando a manterem “sempre acesa a chama, o fogo da fé em Cristo, único verdadeiro Deus, Senhor e salvador do mundo, e o espírito de genuína comunhão fraterna que caracterizava a fundadora de vocês e sua fiel serva Chiara”.
Aulas em março
Todo o ciclo de lições da nova cátedra, que se realizará no mês de março, terá como tema “A eclesiologia da Igreja ortodoxa e o caminho de diálogo ecumênico com a Igreja Católica” e oferecerá um percurso de formação qualificado a todos que desejam preparar-se para oferecer a própria contribuição à promoção da plena unidade, a serviço do encontro entre os povos e as culturas.
Uma iniciativa que assume uma particular relevância também no plano internacional à luz, sobretudo, da crise dos equilíbrios políticos, sociais e religiosos no Oriente Médio.
Para Maria Voce, “o esforço profético em promover a unidade, testemunhado em modo visionário pelo Patriarca Atenágoras e por Chiara Lubich – tão real quanto inovador, porque envolve coerência de vida e de pensamento – ainda traça o caminho de luz para a busca das novas gerações”.
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