Papa: abrir caminhos de esperança no deserto dos corações áridos
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, neste II Domingo de Advento (10/12), com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice recordou que no domingo passado, “iniciamos o Advento com o convite a vigiar”, e “neste segundo domingo desse tempo de preparação ao Natal, a liturgia nos indica os seguintes conteúdos: é um tempo para reconhecer os vazios a serem preenchidos em nossa vida, para aplainar as asperezas do orgulho e criar espaço para Jesus que vem”.
“O vazio em nossa vida pode ser porque não rezamos ou rezamos pouco. O Advento é o momento favorável para rezar com mais intensidade, para reservar à vida espiritual o lugar importante que lhe cabe. Outro vazio pode ser a falta de caridade para com o próximo, sobretudo em relação às pessoas que precisam de ajuda não só material, mas também espiritual. Somos chamados a prestar mais atenção às necessidades dos outros, estar mais próximos. Desta forma, como João Batista, poderemos abrir caminhos de esperança no deserto dos corações áridos de muitas pessoas.”
"Os montes e as colinas que devem ser rebaixados são o orgulho, a soberbia e a prepotência. Onde existe orgulho, prepotência e soberbia o Senhor não pode entrar, pois o coração está cheio de orgulho, prepotência e soberbia. Devemos assumir comportamentos de mansidão e humildade, sem repreender, mas ouvir, falar com mansidão e assim preparar a vinda de nosso Salvador que é manso e humilde de coração. Depois, somos convidados a eliminar todos os obstáculos que colocamos em nossa união com o Senhor: “O terreno acidentado se torne plano e alisem-se as asperezas. A glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens juntos irão vê-la”, diz Isaías.
Segundo o Papa, “essas ações devem ser realizadas com alegria, porque são finalizadas à preparação da chegada de Jesus. Quando esperamos em casa a visita de uma pessoa querida, organizamos tudo com carinho e felicidade. Devemos fazer o mesmo para a vinda do Senhor: esperá-lo a cada dia com solicitude, para ser preenchidos com a sua graça quando Ele vier”.
João Batista e o Profeta Isaías
Francisco sublinhou que no Evangelho, João Batista representa a figura da “voz que grita no deserto”, anunciada pelo Profeta Isaías.
“O Salvador que esperamos é capaz de transformar a nossa vida com a sua graça, com força do Espírito Santo, com a força do amor. O Espírito Santo derrama em nossos corações o amor de Deus, fonte inexaurível de purificação, de vida nova e liberdade. A Virgem Maria viveu plenamente esta realidade, deixando-se “batizar” pelo Espírito Santo que a encheu de sua força. Ela, que preparou a vinda de Cristo com a totalidade de sua existência, nos ajude a seguir seu exemplo e guie os nossos passos para o encontro com o Senhor que vem.”
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