Papa: estar atentos ao mundo, combatendo a indiferença e a crueldade
Cidade do Vaticano
“Estar atentos e vigilantes são os pressupostos para não continuar a “vagar afastados dos caminhos do Senhor”, perdidos em nossos pecados e em nossas infidelidades”.
Na reflexão do Angelus deste I Domingo do Advento, o primeiro após seu retorno da Viagem Apostólica a Mianmar e Bangladesh, o Papa Francisco refletiu sobre as características de uma pessoa, que responde à exortação contida no Evangelho de Marcos proposto pelo Evangelho do dia.
No Advento, acolhemos o Senhor
“O Advento – explicou o Papa - é o tempo que nos é dado para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro, para verificar o nosso desejo de Deus, para olhar em frente e preparar-nos para o retorno de Cristo”, que vem a nós de diversas maneiras, como na festa de Natal que recorda sua vinda histórica, mas também sempre que estivermos “dispostos a recebê-lo”. E virá de novo no final dos tempo para “julgar os vivos e os mortos”.
“Por isto devemos sempre estar vigilantes e esperar o Senhor com a esperança de encontrá-lo”, exortou.
Francisco então, comentou algumas características de uma pessoa atenta. A primeira delas, é que mesmo em meio ao “barulho do mundo”, não deixa-se tomar pela “distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação voltada antes de tudo aos outros”: “Com este comportamento percebemos as lágrimas e as necessidades do próximo e podemos perceber também neles as capacidades e as qualidades humanas e espirituais”.
Combate à indiferença e à crueldade
Mas a pessoa atenta também se preocupa com o mundo, “buscando combater a indiferença e a crueldade presente nele”, mas também alegrando-se pelos tesouros de beleza que também existem e devem ser custodiados”:
“Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer quer as misérias e as pobrezas dos indivíduos e das sociedades, assim como para reconhecer a riqueza escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos colocou o Senhor”. Mas a pessoa vigilante também acolhe o convite para vigiar, ou seja, “não deixar-se dominar pelo sono do desencorajamento, da falta de esperança, da desilusão”:
“Ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas vaidades de que o mundo está cheio e por trás das quais, às vezes, são sacrificados tempo e serenidade pessoal e familiar”.
Não se afastar do caminho do Senhor
O Papa recorda a “dolorosa experiência do povo de Israel” - narrada pelo Profeta Isaías – consequência de ter se afastado do caminho do Senhor: “Também nós nos encontramos muitas vezes nesta situação de infidelidade ao chamado do Senhor: Ele nos indica o bom caminho, o caminho de fé, o caminho do amor, mas nós buscamos a nossa felicidade em outro lugar”.
Por fim, Francisco sublinha os pressupostos para não vagarmos “afastados dos caminhos do Senhor”.
“Estar atentos e vigilantes são os pressupostos para não continuar a “vagar afastado dos caminhos do Senhor”, perdidos em nossos pecados e em nossas infidelidades; estar atentos e vigilantes são as condições para permitir a Deus irromper na nossa existência, para restituir a ela significado e valor com a sua presença repleta de bondade e de ternura”.
Ao concluir, o Pontífice pediu que “Maria Santíssima, modelo na espera do Senhor e ícone da vigilância, nos guie ao encontro de seu filho Jesus, vivificando o nosso amor por Ele”.
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