Chilenos aguardam o Papa: uma visita no signo da coesão social
Cidade do Vaticano
Os chilenos preparam-se para a visita do Papa “com muita esperança e grande alegria”, afirma à agência missionária Fides Pe. Felipe Herrera, porta-voz da Comissão preparatória da viagem, cujo programa oficial acaba de ser anunciado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Além do entusiasmo, prevalece no país a vontade de viver esta viagem como uma oportunidade a fim de contribuir para sanar as feridas da sociedade, sobretudo na direção de uma maior justiça social e uma convivência mais harmoniosa entre diferentes classes e etnias, com a integração dos imigrados, no respeito pelos recursos naturais.
A Igreja, que ainda sente a dolorosa chaga dos atos de pedofilia por parte de membros do clero e a “resposta negligente por parte de alguns de seus representantes”, está preocupada também com a educação e a falta de oportunidade para os jovens, destaca o porta-voz.
Aguardados fiéis não somente do Chile, mas também da Argentina, Bolívia, Brasil e zonas do Peru
Francisco estará em Santiago, Temuco e Iquique de 15 a 18 de janeiro. Estão sendo aguardadas mais de 1.200.000 pessoas, não somente do Chile, mas também da Argentina, Bolívia, Brasil e das zonas peruanas mais próximas, que se encontram distantes das que o Papa em seguida visitará no próprio Peru – segunda etapa desta sua viagem apostólica.
O porta-voz explica que a visita terá fortes conotações sociais no país que, “talvez como nenhum outro”, recebe imigrantes e refugiados da Venezuela, bem como da Bolívia e Peru, do Haiti e da República Dominicana.
Há necessidade de um “novo encontro” devido também a profunda “fratura social” na nação mais desigual da América Latina, afirma ele, que enfrenta inclusive uma inédita “crise de confiança nas instituições” e uma forte secularização. São todos “grandes desafios” para os quais a Igreja chilena olha como “enormes oportunidades”.
Com a confirmação da próxima viagem de Francisco, alguns grupos beligerantes minoritários do povo mapuche elevaram a voz em repúdio à Igreja, devido a um conflito secular com o Estado por causa de suas terras, cenário em que consideram a Igreja “cúmplice” (em 2016 incendiaram 19 igrejas). Somente poucos ativistas, com apoio internacional, se opuseram à visita. Estes “querem resolver reclames legítimos com a estratégia equivocada, ou seja, o terrorismo”.
Mapuches de várias comunidades oferecerão orações durante missa com o Papa
Contudo, Pe. Felipe enfatiza que não há problemas com o povo mapuche. Prova disso, é que no início da missa em Temuco, propriamente na terra deles, Araucania, 23 mapuches de várias comunidades oferecerão orações diante do altar.
A desafeição juvenil é outra preocupação da Igreja, mas o porta-voz ressalta que muitos jovens são protagonistas na preparação da visita papal, como voluntários e, em particular, na difusão das mensagens.
Jovens muito engajados
Entre eles encontram-se também não crentes. “Vemos jovens muito engajados”, que produziram e difundiram mais de 300 mini vídeo-entrevistas, com mais de 1 milhão de reproduções nas mídias sociais. Há também uma grande solicitação de ingressos (gratuitos) da parte deles para participar dos eventos, observa ainda.
A organização prossegue num bom ritmo. Foi feito um grande esforço no sentido de garantir uma gestão financeira e ambiental transparente, que silenciou as polêmicas iniciais “feitas por grupos interessados” no custo da viagem, ademais, não maior do que as análogas visitas apostólicas. Tudo estará pronto dentro em breve “para uma grande festa da fé”, conclui o porta-voz.
(Agencia Fides)
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