Papa ao Meeting: sem Deus nenhuma revolução pode satisfazer o homem
Silvonei José - Cidade do Vaticano
"O cristão não pode renunciar a sonhar que o mundo possa mudar para melhor. É sensato sonhar isso, porque na raiz dessa certeza existe a profunda convicção de que Cristo é o início do mundo novo". É o que escreveu o Papa Francisco em uma mensagem ao Meeting de Rimini 2018 (Itália), de Comunhão e Libertação que teve início neste domingo (19/08).
Para o Papa Francisco – lê-se no texto enviado pelo Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin, ao bispo de Rimini, Dom Francesco Lambiasi - "não se trata de se retirar do mundo para não arriscar cometer erros e para preservar à fé uma espécie de pureza incontaminada, porque uma fé autêntica implica sempre um profundo desejo de mudar o mundo, de mover a história, como diz o tema do Meeting para a amizade dos povos, "As forças que movem a história são as mesmas que tornam o homem feliz".
Confiar no futuro
“Voltamos a erguer muros, em vez de construir pontes, destacou o Papa. Tendemos a ser fechados, em vez de abertos ao outro diferente de nós. A indiferença cresce, em vez do desejo de tomar iniciativas por uma mudança. Prevalece um sentido de medo de confiar no futuro. E nos perguntamos se nesse meio século, o mundo tornou-se mais habitável. Esta interrogação refere-se também a nós cristãos, que passamos através do período de 68 e que agora somos chamados a refletir, junto com tantos outros protagonistas, e a perguntar: o que aprendemos? Que coisa devemos fazer tesouro?", pergunta-se o Papa Francisco na sua mensagem.
Não desisitir de sonhar
As reflexões do Pontífice referem-se a reviravolta crucial ocorrida na sociedade em torno de 68, e cujos efeitos não se exauriram cinquenta anos depois. "O cristão - é a consideração de Bergoglio -, "não pode desistir de sonhar que o mundo mude para melhor. É sensato sonhar isso, porque na raiz dessa certeza existe a profunda convicção de que Cristo é o início do mundo novo".
"Nenhum esforço, nenhuma revolução pode satisfazer o coração do homem. Somente Deus, que nos fez com um desejo infinito, pode preenchê-lo com sua presença infinita; por isso Ele se fez homem: para que os homens possam encontrar Aquele que salva e realiza o desejo de dias felizes, escreveu o Papa.
Francisco adverte ainda para "a escravidão dos 'falsos infinitos', que prometem felicidade sem poder garanti-la" e expressou o desejo de "que o Encontro deste ano seja para todos aqueles que participam, uma oportunidade para aprofundar ou para acolher o convite do Senhor Jesus: ‘Venham e vejam’".
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