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Papa: convencer povos e seus líderes da inutilidade dos conflitos armados

"Este ano, como vocês sabem, marca o centésimo aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial, uma tragédia de grandes proporções que o meu predecessor, Papa Bento XV, não hesitou em definir um 'massacre inútil'”, disse o Pontífice.

Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (13/12), na Sala Clementina, no Vaticano, os embaixadores de Granada, Gâmbia, Bahamas, Suíça, Cabo Verde, Islândia, Turcomenistão, Malta, Catar e Estônia junto à Santa Sé, para a apresentação de suas credenciais.

“Este ano, como vocês sabem, marca o centésimo aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial, uma tragédia de grandes proporções que o meu predecessor, Papa Bento XV, não hesitou em definir um 'massacre inútil'”, disse o Pontífice.

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Lições das duas guerras mundiais

“Que as lições aprendidas das duas grandes guerras do século XX, que levaram ao nascimento da Organização das Nações Unidas, continuem convencendo os povos do mundo e seus líderes da inutilidade dos conflitos armados e da necessidade de resolver controvérsias através do diálogo e da negociação. É minha esperança, mantida pela oração, de que a missão de vocês, iniciada agora, a serviço de suas respectivas nações, contribua ao nobre objetivo de estabelecer entre os homens a paz fundada na justiça e no amor e preparar os meios necessários para alcançá-la.”

Francisco recordou os setenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, celebrados pela Comunidade internacional, na última segunda-feira (10/12).

“Esse documento fundamental continua guiando os esforços da diplomacia internacional a fim de garantir a paz no mundo e promover o desenvolvimento integral de cada pessoa e de todos os povos. Os dois objetivos são inseparáveis.”

"Em suas primeiras palavras, a Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que «o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo».”

“Nesses tempos de profundas mudanças sociais e políticas, não pode faltar o compromisso com esse princípio por parte dos governos e dos povos.”

Respeito pela dignidade humana

“É essencial que o respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos inspire e guie todos os esforços para enfrentar as graves situações de guerra e conflitos armados, de pobreza opressiva, discriminação e desigualdade que afligem o nosso mundo e que nos últimos anos contribuíram para a atual crise migratória em massa.”

Segundo o Papa, “nenhuma solução humanitária eficaz a esse problema urgente pode ignorar a nossa responsabilidade moral, com a devida consideração ao bem comum a fim de acolher, proteger, promover e integrar aqueles que batem às nossas portas em busca de um futuro seguro para si e seus filhos”.

Diálogo construtivo

“A Igreja, por sua vez, se compromete a trabalhar com todo interlocutor responsável num diálogo construtivo, destinado a propor soluções concretas a esse e outros problemas humanitários urgentes, com o objetivo de preservar a vida e a dignidade humana, aliviando os sofrimentos e promovendo um desenvolvimento autêntico e integral.”

Francisco concluiu, assegurando aos embaixadores que iniciam sua missão junto à Santa Sé a atenção constante dos dicastérios da Cúria Romana a fim de ajudá-los no cumprimento de suas responsabilidades.

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13 dezembro 2018, 13:03