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O Dia Mundial da Paz é celebrado neste 1º de janeiro O Dia Mundial da Paz é celebrado neste 1º de janeiro 

Dia Mundial da Paz: “A boa política está ao serviço da paz”

Os votos do Papa Francisco, em sua Mensagem para o início do ano, são: “A paz esteja nesta casa”, com base no Evangelho de Lucas.

Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

Hoje, dia primeiro de janeiro, celebra-se o Dia Mundial da Paz. Para esta ocasião, todos os anos, o Papa envia ao mundo uma Mensagem com um tema particular. Para este ano de 2019, escolheu como tema: “A boa política está ao serviço da paz”, publicado no dia 8 de dezembro próximo passado.

Os votos de Francisco, em sua Mensagem para o início do ano, são: “A paz esteja nesta casa”, com base no Evangelho de Lucas. Nesta passagem, o evangelista descreve que Jesus, ao enviar os seus discípulos em missão, os ensina a desejar a paz, ao entrar em qualquer casa. Ao entrarem, devem desejar “a paz esteja nesta casa! Se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a sua paz. Caso contrário, a paz voltará para eles”.

Desafio da boa política

 

Por isso, em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Pontífice refere-se à “casa” como uma “família, comunidade, país, continente e história”.

O tema proposto pelo Papa este ano “A boa política está ao serviço da paz”, respeita e promove os direitos fundamentais do homem, que são, igualmente, deveres recíprocos, para se tecer um vínculo de confiança e gratidão entre as gerações do presente e as futuras.

O Santo Padre fala sobre o desafio da boa política, “um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem. Mas, se aqueles que a exercem não a viverem como serviço à coletividade humana, pode tornar-se instrumento de opressão, marginalização e até destruição”.

 

Para Francisco, “se a política for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, pode tornar-se verdadeira forma de caridade”.

Recordando as palavras de Bento XVI, o Papa Francisco afirma: “Se o empenho pelo bem comum for animado pela caridade, terá uma valência superior ao do empenho simplesmente secular e político”.

Em sua Mensagem, o Santo Padre retoma também as “bem-aventuranças do político”, propostas pelo cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, falecido em 2002:

«Bem-aventurado o político, que tem uma alta noção e uma profunda consciência do seu papel; Bem-aventurado o político, de cuja pessoa irradia a credibilidade; Bem-aventurado o político, que trabalha para o bem comum e não para os próprios interesses; Bem-aventurado o político, que permanece fielmente coerente; Bem-aventurado o político, que promove a unidade; Bem-aventurado o político, que se compromete com a realização de uma mudança radical; Bem-aventurado o político, que sabe escutar; Bem-aventurado o político, que não tem medo!»

Em sua Mensagem, Francisco chama ainda a atenção para os vícios da política, insistindo sobre a boa política, que promove a participação dos jovens e a confiança no outro, dizendo: “Não à guerra nem à estratégia do medo”. Com isto, indica um grande projeto de paz, “que se baseia na responsabilidade mútua e na interdependência dos seres humanos”.

Histórico do Dia Mundial da Paz

 

O Dia Mundial da Paz, que no início se chamava apenas “Dia da Paz”, foi instituído pelo Papa Paulo VI, em 1967.

Naquele mesmo ano, no dia 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição de Maria, Paulo VI escreveu uma Mensagem, propondo a criação do Dia Mundial da Paz, que deveria ser comemorado no dia 1° de janeiro de cada ano.

Porém, o Papa não queria que a comemoração fosse restrita somente aos católicos, pois a verdadeira celebração da paz só seria completa com o envolvimento de todos os homens, independentemente da sua crença.

Logo, a proposta de um Dia da Paz não tinha a pretensão de ser religiosa ou católica, mas de todos os amigos da paz, de uma humanidade consciente e livre dos conflitos bélicos.

Enfim, o Dia da Paz Mundial devia ser um dia a ser celebrado pelos "verdadeiros amigos da Paz", independente do seu credo, etnia, posição social ou econômica.

Na conclusão da sua Mensagem, Paulo VI dizia: "A Igreja católica, com a intenção de servir e dar exemplo, pretende simplesmente lançar esta ideia, esperando que pudesse ter o mais amplo consenso no mundo civil e também encontrasse muitos promotores, para dar ao mundo um futuro mais feliz, ordenado e civil".

 

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01 janeiro 2019, 14:01