Busca

Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, líder mundial do Islã sunita Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, líder mundial do Islã sunita 

O Papa nos países islâmicos para construir pontes de fraternidade

As viagens e os encontros de Francisco com as populações muçulmanas em várias nações. Todos marcados pelo amor por toda a humanidade

Cidade do Vaticano

São grandes as expectativas para a chegada de Francisco nos Emirados Árabes Unidos, a primeira visita de um Papa na península arábica. No berço da religião islâmica o Papa convalida o compromisso que caracteriza este pontificado de construir pontes de conhecimento e de diálogo entre cristãos e muçulmanos, na confiança recíproca de ser irmãos.

Ouça e compartilhe

Jordânia: as virtudes proclamadas pelo Islã

Papa Francisco já fez várias viagens em países com maioria muçulmana desde o início da sua missão petrina no mundo inteiro. Recordamos a viagem de maio de 2014 quando o Papa foi à Jordânia, primeira etapa da sua peregrinação à Terra Santa. No discurso dirigido ao Rei Abdullah II em Amã, o Papa quis “renovar o profundo respeito e estima pela comunidade muçulmana”, elogiando a função de guia do rei jordaniano “em promover uma compreensão mais adequada das virtudes proclamadas pelo Islã e a serena convivência entre os fiéis das diferentes religiões” e almejando também poder contribuir “para incrementar e promover boas e cordiais relações entre cristãos e muçulmanos”.

Albânia: O respeito e a confiança recíproca

Em setembro de 2014 o Papa foi a Tirânia na Albânia. Ao encontrar as autoridades locais, o Francisco teve a ocasião de alegrar-se de modo particular “por uma característica feliz da Albânia, que deve ser preservada com todo o cuidado e atenção: refiro-me à convivência pacífica e à colaboração entre seguidores de diferentes religiões. O clima de respeito e mútua confiança entre católicos, ortodoxos e muçulmanos é um bem precioso para o país e adquire uma relevância especial neste nosso tempo”.

Turquia: A oração comum pela paz

Durante o regresso da viagem à Turquia em novembro de 2014, no encontro com os jornalistas disse: “Fui à Turquia como peregrino, não como turista. Quando fui à Mesquita e vi aquela maravilha, o Mufti explicava-me bem as coisas, com tanta serenidade e também com o Alcorão, onde se falava de Maria e de João Batista, explicava-me tudo... Naquele momento, senti necessidade de rezar. E disse: ‘Vamos rezar um pouco?’ ‘Sim, sim!’ - disse ele. E rezei… pela Turquia, pela paz, pelo Mufti... por todos... por mim. Eu disse: ‘Senhor, acabemos com a guerra!’ Assim mesmo. Foi um momento de oração sincera”.

República Centro-Africana: A fraternidade de cristãos e muçulmanos

Um ano depois, em novembro de 2015, na República Centro-Africana, ao visitar a Mesquita central de Baghi onde encontrou a comunidade muçulmana disse: “Entre cristãos e muçulmanos, somos irmãos. Devemos, portanto, considerar-nos como tal, comportar-nos como tal. Sabemos bem que os acontecimentos recentes e as violências que abalaram o vosso país não se fundavam em motivos propriamente religiosos. Quem afirma crer em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz. Cristãos, muçulmanos e membros das religiões tradicionais viveram juntos, em paz, durante muitos anos”.

Azerbaijão: Deus não justifica os fundamentalismos

No Azerbaijão, em outubro de 2016, a voz de Francisco ressoava na Mesquita de Baku: “Deus não pode ser invocado para interesses de parte nem para fins egoístas; não pode justificar qualquer forma de fundamentalismo, imperialismo ou colonialismo. Mais uma vez, deste lugar tão significativo, levanta-se o grito angustiado: nunca mais violência em nome de Deus! Que o seu santo nome seja adorado, e não profanado nem mercantilizado por ódios e conflitos humanos”.

Egito: A violência disfarçada de suposta sacralidade

Em abril de 2017, no coração do islã sunita, durante a viagem do Papa ao Egito, ao visitar a mesquita e Universidade de al-Azhar, depois de ter abraçado o Grão Imame Ahmad Muhammad Al-Tayyib, destacava: “Como responsáveis religiosos, somos chamados a desmascarar a violência que se disfarça de suposta sacralidade, apoiando-se na absolutização dos egoísmos, em vez de o fazer na autêntica abertura ao Absoluto. Devemos denunciar as violações contra a dignidade humana e contra os direitos humanos, trazer à luz do dia as tentativas de justificar toda a forma de ódio em nome da religião e condená-las como falsificação idólatra de Deus: o seu nome é Santo, Ele é Deus de paz, Deus salam. Por isso, só a paz é santa; e nenhuma violência pode ser perpetrada em nome de Deus, pois profanaria o seu Nome”. De pouco ou nada serve – prosseguia Francisco - levantar a voz e correr ao rearmamento para se proteger: hoje há necessidade de construtores de paz, não de armas; hoje há necessidade de construtores de paz, não de provocadores de conflitos; de bombeiros e não de incendiários; de pregadores de reconciliação e não de arautos de destruição”.

Myanmar: As diferenças religiosas sejam uma força em prol do perdão

A paz e a reconciliação é sempre prioridade nos pensamentos do Papa durante sua viagem a Myanmar e Bangladesh. “As diferenças religiosas não devem ser fonte de divisões e difidência, mas sim uma força em prol da unidade, do perdão, da tolerância e da sábia construção da nação” reiterava Francisco no encontro em Yagon com as autoridades civis.

Bangladesh: Substituir cultura do conflito pela cultura do encontro

Em Daca, em Bangladesh, o Papa afirmava: “quando os líderes religiosos se pronunciam publicamente, a uma só voz, contra a violência revestida de religiosidade e procuram substituir a cultura do conflito pela cultura do encontro, inspiram-se nas raízes espirituais mais profundas das respectivas tradições”.

Os abraços com o Grão Imame de al-Azhar

Pode-se destacar também os quatro encontros do Papa com o líder mundial do Islã sunita Ahmad Muhammad Al-Tayyib, sempre ligados ao compromisso comum pela paz contra fundamentalismos e extremismos. O próximo encontro nos Emirados Árabes, segundo a programação da viagem, será durante a Conferência Internacional sobre a Fraternidade Humana, organizada em Abu Dhabi pelo Conselho dos Idosos Muçulmanos, que reunirá 600 expoentes de diversas comunidades religiosas.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

01 fevereiro 2019, 10:44