Papa Francisco no Capitólio em 26 de março
Roberto Piermarini - Cidade do Vaticano
O diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, declarou que o Papa Francisco "acolhendo o convite formulado pela prefeita de Roma, irá ao Capitólio na terça-feira, 26 de março, para se encontrar com a Câmara Municipal". Papa Francisco é o quarto Pontífice a ir ao Capitólio, depois de São Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI.
Em 15 de janeiro de 1998, a visita de São João Paulo II
Depois de ter afirmado sentir-se “cidadão romano”, o Papa em seu discurso reconheceu que “o rosto humano da Urbe mudou profundamente”, pois o “afirmar-se de diferentes modelos culturais e sociais e de novas sensibilidades tornaram a convivência citadina mais complexa, mais aberta, mais cosmopolita, mas também mais problemática”; chamou pelo nome “todos os interlocutores, antigos e os mais recentes, as comunidades judaica e muçulmana, as outras confissões cristãs, aqueles que não creem, mas que mesmo assim estão na busca”.
Para o Pontífice polonês, “a Roma civil e a Roma cristã, não são contrapostas, não são alternativas, mas unidas no respeito das diferentes competências”.
Neste sentido – continua – o discurso sobre Roma torna-se exemplar da relação da Igreja com a sociedade. No momento em que se amplia o diálogo a todos, com grande abertura e com grande respeito, com o dinamismo que não o abandona também hoje que está mais velho e mais cansado, João Paulo II dirige também um vibrante apelo aos romanos: !permaneçam fiéis aos insuperáveis valores da vossa sociedade, vivificada pela fé católica’”.
É esta “robusta fidelidade”, segundo o Papa, “a condição para ir realmente em frente, sem complexos, no caminho da constituição de uma civilização a medida do homem, a acolhedora para todos”.
Em 9 de março de 2009, a visita do Papa Bento XVI
Senhor Presidente da Câmara Municipal – disse Bento XVI em seu discurso – “Roma foi sempre uma cidade hospitaleira. Especialmente nos últimos séculos, ela abriu os seus institutos universitários e centros de investigação civis e eclesiásticos a estudantes provenientes de todas as regiões do mundo que, regressando aos seus países, são depois chamados a assumir funções e cargos de alta responsabilidade em vários sectores da sociedade, assim como na Igreja. Esta nossa cidade, como de resto a Itália e toda a humanidade, encontra-se hoje a enfrentar inéditos desafios culturais, sociais e económicos, por causa das profundas transformações e das numerosas mudanças que se verificaram nestas últimas décadas. Roma foi-se povoando de habitantes que provêm de outras nações e pertencem a diferentes culturas e tradições religiosas, e por conseguinte, já possui o perfil de uma Metrópole multiétnica e multirreligiosa, na qual às vezes a integração é cansativa e complicada”.
“Diante do preocupante debilitamento dos ideais humanos e espirituais, que fizeram de Roma "modelo" de civilização para o mundo inteiro, a Igreja, através das comunidades paroquiais e das outras realidades eclesiais, está a comprometer-se numa obra educativa minuciosa destinada a fazer com que, de modo particular as novas gerações, redescubram os valores perenes. Na era pós-moderna, Roma deve reapropriar-se da sua alma mais profunda, das suas raízes civis e cristãs, se quiser ser promotora de um novo humanismo, que ponha no centro a questão do homem reconhecido na sua realidade completa. Desvinculado de Deus, o homem permaneceria desprovido da sua vocação transcendente. O cristianismo é portador de uma mensagem luminosa sobre a verdade do homem, e a Igreja, que é depositária desta mensagem, está consciente da sua própria responsabilidade em relação à cultura contemporânea.
“Quantas outras coisas gostaria de dizer neste momento! Como Bispo desta Cidade, não posso esquecer que também em Roma, por causa da atual crise econômica à qual antes me referia, está a aumentar o número de quantos, perdendo o emprego, se encontram em condições precárias e por vezes não conseguem fazer frente aos compromissos financeiros assumidos; penso, por exemplo, na compra ou na locação da casa. Então, ocorre um esforço concorde entre as diversas Instituições, para ir ao encontro de quantos vivem na pobreza. A Comunidade cristã, através das paróquias e outras estruturas caritativas, já está comprometida em sustentar diariamente muitas famílias que têm dificuldade em manter um nível de vida digno e, como já aconteceu recentemente, está pronta a colaborar com as autoridades designadas para a consecução do bem comum. Também neste caso, os valores da solidariedade e da generosidade, que estão arraigados no coração dos romanos, poderão ser sustentados pela luz do Evangelho, para que todos assumam novamente as exigências dos mais desvantajados, sentindo-se partícipes de uma única família. Com efeito, quanto mais amadurecer em cada cidadão a consciência de se sentir pessoalmente responsável pela vida e pelo futuro dos habitantes da nossa Cidade, tanto mais aumentará a confiança de poder superar as dificuldades do momento presente”.
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