Papa aos funcionários do FIDA: procurem um rosto por trás dos documentos
Cidade do Vaticano
No seu terceiro discurso da manhã, durante a visita ao Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola - FIDA, o Papa encontrou os funcionários do organismo das Nações Unidas.
Francisco iniciou afirmando, “Vocês trabalham para os mais pobres da terra: pessoas que na maioria, vivem em zonas rurais, em regiões longe das grandes cidades, muitas vezes em condições difíceis e dolorosas”.
Poucos têm muito e muitos têm pouco
O Pontífice citou alguns pontos ao falar sobre o trabalhos dos funcionários do FIDA, dizendo que o primeiro, que vem do coração, é dizer-lhes “obrigado”. O Papa agradeceu pelos serviços prestados a uma causa tão nobre como a luta contra a fome e a miséria no mundo. “Obrigado porque vocês seguem contracorrente”, disse, observando que hoje diminui a redução da pobreza e aumenta a concentração da riqueza nas mãos de poucos, por isso, “poucos têm muito e muitos têm pouco”. Essa desigualdade disse o Papa é uma tragédia para o futuro da humanidade, e o trabalho do Fundo tem como objetivo justamente “agir contracorrente”. “Obrigado pelo trabalho silencioso de vocês, muitas vezes escondido: como as raízes de uma árvore, não se veem, mas dali provém a linfa que nutre a planta”, referindo-se aos recursos para os projetos rurais nos países pobres.
Alimentar motivações
O segundo ponto citado pelo Papa aos funcionários é “avante!”. “Significa prosseguir com renovado empenho o trabalho que fazem, sem cansar, sem perder a esperança, sem ceder à resignação pensando que seja apenas uma gota no oceano. O segredo – continuou Francisco – é custodiar e alimentar motivações importantes”. Sobre isso o Papa recordou da palavra “entusiasmo” dizendo que é bela. “Podemos entendê-la como colocar Deus em tudo o que se faz”.
Procurem um rosto
Em seguida o Pontífice aconselhou os funcionários: “Além disso, em cada documento que vocês trabalham, aconselho procurarem um rosto: o rosto das pessoas que estão por trás daqueles papéis. Colocar-se na posição deles para entender melhor a situação… é importante não ficar na superfície. Se fizerem assim, disse, “Então o trabalho torna-se uma dedicação aos outros, às vicissitudes, às histórias dos outros”.
Quem ama tem imaginação para descobrir soluções
Concluindo o Papa recordou São João de Deus ao falar do amor. “Para ir adiante é preciso amar. A pergunta a ser colocada não é ‘quanto me pesam as coisas que devo fazer?’, mas ‘quanto amor coloco nas coisas que faço?’ Quem ama tem imaginação para descobrir soluções onde os outros só vêem problemas. Quem ama ajuda o outro segundo as suas necessidades e com criatividade, não segundo ideias preestabelecidas ou lugares comuns.
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