Papa a ministros: "Crise ambiental está levando o mundo ao desastre"
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
Na tarde de segunda-feira (27/05), o Papa foi à Casina Pio IV, sede da Academia das Ciências Sociais do Vaticano, para discursar aos participantes da conferência sobre “Mudanças Climáticas e Novas Evidências da Ciência, Engenharia e Política”.
Francisco encontrou e agradeceu a política e diplomata equatoriana María Fernanda Espinosa Garcés, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, e os Ministros da Economia de diferentes nações que estão discutindo este tema de grande importância para a humanidade e para toda a Criação.
Cumprir os dois acordos assinados em 2015
“Aparentemente, em nosso tempo, lucros e perdas são mais valorizados do que vidas e mortes, e o patrimônio líquido de uma empresa tem precedência sobre o valor infinito da humanidade. Vocês estão aqui para refletir sobre a forma de remediar esta crise profunda, causada pela confusão de nossas contas morais com nossas contas financeiras; para ajudar a deter uma crise que está levando o mundo ao desastre”, iniciou o Pontífice.
Lembrando aos líderes financeiros o compromisso assumido pelos governos em alcançar as metas do Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e o Acordo Climático de Paris, o Papa alertou que investimentos em combustíveis fósseis continuam a crescer, apesar de os cientistas nos dizerem que devem permanecer no subsolo. E além disso, o investimento em energia limpa diminuiu novamente pelo segundo ano consecutivo, embora os especialistas tenham repetidamente apontado os benefícios da energia do vento, do sol e da água para o ambiente humano.
Na sequência, o Papa mencionou dados da pesquisa científica que revelam que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, uma das principais causas do aquecimento global relacionado às atividades humanas, chegou a 415 partes por milhão, o nível mais alto já registrado.
Uma recomendação específica do Papa às lideranças é que “atuem com prudência e responsabilidade nas economias, para realmente satisfazer as necessidades humanas, para promover a dignidade humana, para ajudar os pobres e para nos libertarmos da idolatria do dinheiro, que gera tanto sofrimento”.
Uma mensagem clara e urgente
Terminando, disse esperar que se alcance um plano comum que esteja em harmonia com a ciência do clima, com a nova engenharia da energia limpa e, sobretudo, com a ética da dignidade humana. E que em seguida, se encontrem novamente para agradecer a Deus por Sua misericórdia, “que nos permite corrigir nosso caminho antes que seja tarde demais”.
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