Papa: o cristianismo deve influir positivamente na vida moral pública
Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro internacional “A atualidade de um novo compromisso” que teve início, em Caltagirone, na província de Catânia, sul da Itália, nesta sexta-feira (14/06).
O evento se realiza até o próximo dia 16, por ocasião do centenário do “Apelo a todos os homens livres e fortes”, de 18 de janeiro de 1919, do pe. Luigi Sturzo, e tem como objetivo valorizar e atualizar o legado do pensamento do sacerdote italiano católico, fundador do Partido Popular Italiano.
Na mensagem, o Papa destaca que este centenário é importante para a história da Itália e da Europa. É uma “ocasião para refletir sobre a concepção cristã da vida social e sobre a caridade na vida pública, segundo o pensamento, a vida e as obas do Servo de Deus pe. Luigi Sturzo".
"Para o sacerdote de Caltagirone, a tarefa de informar de maneira cristã a vida social e política cabe aos cristãos leigos, através do compromisso e na liberdade que lhes compete em tal âmbito, colocando em prática os ensinamentos da Igreja, e elaborando uma síntese criativa entre fé e história que encontra a sua base no amor natural vivificado pela graça divina”.
Segundo o Pontífice, “com esse espírito, o amor ao próximo na política deve ser algo comum e não deve ser excluído (...). O amor ao próximo não consiste em palavras, mas em obras e verdade”.
Atualidade do apelo de pe. Sturzo
O ensinamento e testemunho de fé do pe. Sturzo "não devem ser esquecidos, sobretudo num período em que se pede à política para ser sensata ao enfrentar a grave crise antropológica”, ressalta o Papa.
A seguir, Francisco afirma que “devem ser lembrados os pontos principais da antropologia social do pe. Luigi Sturzo”, como “a primazia da pessoa na sociedade, a primazia da sociedade no Estado e da moral na política”.
Outros pontos importantes são “a centralidade da família, a defesa da propriedade com a sua função social como exigência de liberdade, a importância do trabalho como direito e dever de todo ser humano e a construção de uma paz justa através da criação de uma verdadeira comunidade internacional”.
Segundo o Papa, “esses valores se baseiam no pressuposto de que o cristianismo é uma mensagem de salvação que se encarna na história, se dirige a toda pessoa e deve influir positivamente na vida moral particular e pública”.
Compromisso responsável dos cristãos
Depois de cem anos do “Apelo a todos os homens livres e fortes”, o encontro em Caltagirone convida a um “compromisso criativo e responsável dos cristãos, chamados a interpretar os sinais dos tempos à luz do Evangelho, para realizar uma prática social e política animada pela fé e vivida como exigência intrínseca da caridade”.
O Papa pensa sobretudo nos jovens que devem ser envolvidos adequadamente a fim de dar novo vigor, competência e impulso ao compromisso social e político.
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