Domingo do Mar: a oração do Papa Francisco pelos marítimos
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Hoje se celebra o Domingo do Mar, dedicado aos marítimos e pescadores. Rezo por eles e por suas famílias e encorajo a realizar todo esforço para proteger e salvaguardar seus direitos humanos.”
Com um tuíte, o Papa Francisco recordou a data dedicada aos marinheiros, celebrada sempre no segundo domingo de julho.
Congresso em Glasgow em 2020
Nesta ocasião, o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, o cardeal Peter Turkson, anunciou a convocação do 25º Congresso Mundial do Apostolado do Mar para 2020.
O evento será realizado em Glasgow, na Escócia, de 29 de setembro a 4 de outubro, com uma motivação especial: comemorar os 100 anos do Apostolado, que nasceu justamente ali.
“Gostaria de convidar os nossos parceiros ecumênicos, as organizações marítimas internacionais, os representantes dos governos, a indústria marítima e a sociedade civil a anotar esta data em seu calendário e a fazer projetos para unirem-se a nossos capelães, voluntários e outros para este importante evento”, escreve o cardeal.
O presidente do Dicastério acrescenta que o centenário será uma ocasião para “fazer memória e agradecer a todas as pessoas que nos últimos cem anos serviram as pessoas no mar, para discernir o presente e traçar o futuro do ministério, a fim de responder à evolução das necessidades dos marítimos, dos pescadores e de suas famílias”.
O cardeal Turkson convida ainda a celebrar a data também em nível regional, nacional e local.
A situação de quem trabalha no mar
Parte dos objetos mais comuns que utilizamos, como celulares, computadores, geladeiras, televisores ou simplesmente roupas, é fabricada em países distantes. Com sua profissão, os marítimos desempenham um papel significativo na economia global, transportando 90% de todos os bens que são utilizados na vida cotidiana.
Estima-se que no mundo existem aproximadamente 1 milhão e meio de marinheiros. De cada quatro, um é filipino. Com um salário menor, junto a outros asiáticos como bengaleses, cingaleses e birmaneses, os filipinos normalmente desempenham os trabalhos mais humildes nas embarcações: ajudantes de máquinas, camareiros e cozinheiros. Já os oficiais tendem a ser sobretudo de países do leste europeu: poloneses, romenos, russos. A novidade é o ingresso dos indianos na área do oficialato. Os sul-americanos também estão no mar, mas trabalham mais em navios cruzeiros.
O Padre Olmes Milani trabalhou muitos anos no Apostolado do Mar. Há poucos meses, ele deixou sua missão nos Emirados Árabes Unidos para se transferir nos Estados Unidos. Profundo conhecedor deste mundo, ele relata as condições de vida dos marinheiros, destacando de modo especial a questão pesqueira, onde ocorrem um dos aspectos mais gritantes de escravidão a bordo:
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