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Papa Francisco aos Servitas: sejam sinais de fraternidade universal

“Exorto-os a aproveitar da beleza e da novidade cultural e espiritual de tantos povos, aos quais vocês são enviados para anunciar o Evangelho”. Palavras do Papa Francisco na audiência aos capitulares na manhã desta sexta-feira (25) no Vaticano

Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

O Santo Padre recebeu, na antecâmara da Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 60 participantes no Capítulo Geral da Ordem dos Servos de Maria, conhecidos como Servitas, que estão celebrando seu Capítulo Geral, em Roma.

Em seu discurso aos presentes, o Papa referiu-se às origens da Ordem dos Servitas, fundada em Florença, em 15 de agosto de 1233, por obra de um grupo de homens, conhecidos como Sete Santos Fundadores, que se dedicavam ao comércio e ao voluntariado. O carisma dos Servitas consiste em uma consagração especial a Nossa Senhora das Dores, considerada a verdadeira "fundadora". A propósito, Francisco disse:

“Vocês vivem a consagração pessoal a Maria, comprometendo-se em assimilar seu estilo, como é transmitido pelas Sagradas Escrituras. O estudo teológico-pastoral sobre a figura de Maria de Nazaré também faz parte integrante da sua vocação, que vocês transmitem sobretudo através da Pontifícia Faculdade Teológica "Marianum”

Outros dois aspectos do testemunho evangélico dos Servitas, inspirado na Santa Virgem, são “o apostolado e a missão”. Esta Ordem mendicante busca imitar Maria, inspirando-se em quatro principais momentos da sua vida: depois da Anunciação, visita a Santa Isabel; intervenção, junto ao seu Filho, em Caná; aos pés da Cruz e no Cenáculo entre os Apóstolos. Partindo destes quatro "momentos marianos”, disse o Papa, os Servitas aprofundam e atuam o carisma do seu fundador, respondendo aos desafios do mundo contemporâneo. E acrescentou:

“Nesta perspectiva, gostaria de ressaltar um aspecto importante da sua história, que pode ser paradigmático. Os Sete Santos Fundadores viveram nas montanhas e nas cidades. De Florença escalaram o Monte Senario, onde fizeram uma profunda experiência de Jesus, Esperança; depois, desceram da montanha, e se estabeleceram na periferia de Florença, onde se puseram ao serviço da sociedade e da Igreja”

A partir desta experiência humana e vocacional, recordou Francisco, os Servitas se tornam homens de esperança, sobretudo diante da escassez de vocações no mundo. E exortou:

“Exorto-os a aproveitar da beleza e da novidade cultural e espiritual de tantos povos, aos quais vocês são enviados para anunciar o Evangelho. Ser homens de esperança significa cultivar o diálogo, a comunhão e a fraternidade, que levam à santidade; significa ter coragem para enfrentar os desafios atuais, que destroem a dignidade das pessoas, enfraquecem o ímpeto espiritual, prejudicam a vida fraterna”

Mas, o Papa recordou ainda outro desafio a ser enfrentado pela Ordem dos Servitas: o multiculturalismo, que está sendo debatido no Capítulo Geral. Não é fácil viver em harmonia as diferenças humanas.

O Santo Padre concluiu seu pronunciamento encorajando as Comunidades dos Servos de Maria a serem sinais de fraternidade universal, escolas de acolhimento e integração, lugares de abertura e relacionamento. Assim, poderão superar as divisões, os preconceitos de superioridade ou inferioridade, os muros da cultura, das etnias e línguas, sendo homens de comunhão, fraternidade e unidade, como seus fundadores.

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25 outubro 2019, 12:30