O Papa aos Servos de Maria: sejam semeadores de esperança
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
Ser servos de Nossa Senhora, da esperança num tempo que muda, em transformação, só é possível com a oração. Não deixem a oração. É o fundamento da vida de vocês. Foi a exortação do Papa Francisco na audiência concedida esta sexta-feira (25/10) aos participantes do Capítulo Geral da Ordem dos Servos de Maria.
Tendo entregue o discurso preparado para a ocasião, o Santo Padre falou espontaneamente aos presentes dizendo ter voltado no tempo com a memória a 1957, ao Seminário de Vila Devoto, em sua Buenos Aires. Naquele tempo havia dois dos Servos de Maria que estudavam ali, frisou.
Francisco ateve-se inicialmente às origens da Ordem dos Servos de Maria, fundada por Alessio Falconieri e outros seis e se disse entusiasmado na época com o exemplo de santidade destes “homens ricos, comerciantes – florentinos – que foram capazes de fazer esta escolha por Nossa Senhora”, fazendo-se servos.
Serviço, esperança e mudança
O Papa confidenciou ter se entusiasmado de tal modo com este exemplo que durante toda sua vida, a partir de então, todos os anos, em 17 de fevereiro, celebra a festa deles com uma missa.
Dito isso, o Pontífice desenvolveu sua reflexão em torno de três palavras: serviço, esperança e mudança. A palavra “servos de Maria” me faz pensar numa coisa que Santo Inácio de Loyola coloca na meditação sobre o nascimento de Jesus. Diz: “eu devo estar presente” , como um servo que ajuda Nossa Senhora, no trabalho em Belém, no presépio, frisou.
“Servos de Nossa Senhora. Nisso há uma grande relação com aquilo que faz Nossa senhora, não? Fazer Jesus nascer, crescer e depois fazer a Igreja crescer.” E esses grandes – disse o Papa referindo-se aos fundadores da Ordem dos Servos de Maria – deixaram tudo para fazer-se servos, “servos de Nossa Senhora, porque entenderam o papel d’Ela na redenção, que muitas vezes as chamadas teologias ‘modernas’ esquecem”.
Serviço
“Primeira palavra: serviço. Sejam servos. Jamais se esqueçam disso. Vocês não são patrões. Servos”, disse Francisco exortando-os a meditar “sobre esse nome que eles têm: servos de Maria, a serva do Senhor”.
Pensando sempre nos dois estudantes dos Servos de Maria no referido seminário em Buenos Aires em 1957, quando esses lhe falaram da espiritualidade da congregação, Francisco ateve-se em seguida sobre a segunda palavra. O serviço... Um serviço de esperança.
Esperança
“Se há alguém que não parece ter motivos de esperanças humanas, é Nossa Senhora, que com essas coisas estranhas que aconteciam em sua vida, não? Do nascimento, depois a perseguição, depois o retorno, ver o Filho que crescia nas contradições... Mas ela olhava para frente; era a Senhora da esperança”.
Hoje, somos todos doutores na falta de esperança. Sempre encontramos subterfúgios para não ter esperança, quando começamos a lamentar-nos do mundo, acrescentou o Santo Padre dizendo que é preciso semear esperança, olhar para além dos sofrimentos.
Mudança
A outra palavra, num mundo que se transforma, é mudança. O tempo sempre muda. “Temos sempre a tentação de parar o tempo, dividi-lo, dominá-lo, não?”, frisou Francisco. “Como dizia uma pessoa aqui no Sínodo para a Amazônia: Vocês europeus têm o relógio. Nós temos o tempo.”
“Sim, as coisas mudam, mas o tempo é de Deus, não é mesmo? Não nos fechemos em nossos tempos que são demasiados humanos.” É preciso seguir adiante segundo o tempo de Deus: Ele sabe, acrescentou.
A oração faz milagres
A exemplo dos sete Santos fundadores dos Servos de Maria, que por primeiro se dedicaram à oração antes de iniciar a sua obra, o Papa concluiu exortando-os à oração.
Por fim, Francisco pediu aos religiosos Servos de Maria que rezassem por ele, “porque preciso, para que também eu possa, de certo modo, ser servo de Maria num tempo que muda, servo de esperança”, reiterou.
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