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Papa Francisco com os participantes da plenária da Congregação para a Educação Católica Papa Francisco com os participantes da plenária da Congregação para a Educação Católica 

O Papa: renovar a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva

"É necessário acelerar esse movimento inclusivo da educação para combater a cultura do descarte, criada pela rejeição da fraternidade como elemento constitutivo da humanidade”, disse Francisco aos participantes da plenária da Congregação para a Educação Católica. O Papa recordou o dia do Pacto Educativo Global que se realizará em 14 de maio próximo.

Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (20/02), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da plenária da Congregação para a Educação Católica.

“A educação é uma realidade dinâmica. Trata-se de um tipo de movimento orientado ao desenvolvimento pleno da pessoa em sua dimensão individual e social”, sublinhou Francisco em seu discurso.

A seguir, o Papa se deteve em alguns aspectos típicos desse movimento.

Movimento ecológico. É uma das forças que puxam para o objetivo de formação completa. A educação que coloca a pessoa no centro de sua realidade integral tem o objetivo de levá-la ao conhecimento de si mesma, da Casa comum em que é chamada a viver e à descoberta da fraternidade como relação que produz a composição multicultural da humanidade, fonte de enriquecimento recíproco.

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Segundo o Papa, esse movimento educacional, conforme escrito na Encíclica Laudato si’, ajuda a recuperar «os distintos níveis de equilíbrio ecológico: o interior consigo mesmo, o solidário com os outros, o natural com todos os seres vivos, o espiritual com Deus». Isso exige «educadores capazes de reordenar os itinerários pedagógicos duma ética ecológica, de modo que ajudem efetivamente a crescer na solidariedade, na responsabilidade e no cuidado assente na compaixão».

A inclusão é mensagem cristã

O outro movimento é o inclusivo. “Uma inclusão que vai em direção a todos os excluídos: os que são excluídos por causa da pobreza, vulnerabilidade, guerra, fome e catástrofes naturais, seletividade social, dificuldades familiares e existenciais. Uma inclusão que se concretiza nas ações educacionais em favor dos refugiados, das vítimas do tráfico de pessoas, dos migrantes, sem nenhuma distinção de gênero, religião ou etnia."

“A inclusão não é uma invenção moderna, mas parte integrante da mensagem salvífica cristã. Hoje, é necessário acelerar esse movimento inclusivo da educação para combater a cultura do descarte, criada pela rejeição da fraternidade como elemento constitutivo da humanidade.”

Educação, força pacificadora

Outro movimento citado pelo Papa foi o “pacificador, portador de paz”, testemunhado pelos jovens “que com seu compromisso e sede de verdade nos lembram que a esperança não é uma utopia e que a paz é um bem possível.” 

“O movimento educativo construtor de paz é uma força que deve ser alimentada contra a “egolatria” que cria a falta de paz, fraturas entre as gerações, povos, culturas, populações ricas e pobres, homens e mulheres, economia e ética, humanidade e ambiente.”

Essas fraturas e contrastes, que adoecem os relacionamentos, escondem o medo da diversidade e da diferença. Por esse motivo, a educação é chamada, com sua força pacificadora, a formar pessoas capazes de entender que a diversidade não atrapalha a unidade, elas são indispensáveis para a riqueza da própria identidade e da identidade dos outros."

Dia do Pacto Educativo Global

O movimento de equipe é outro elemento típico da educação, pois não existe apenas a ação de uma só pessoa ou instituição.

Segundo o Papa, “o movimento de equipe há muito tempo está em crise por várias razões”. Por isso, o Pontífice sentiu a necessidade de promover o dia do Pacto Educativo Global, em 14 de maio próximo, confiando a organização à Congregação para a Educação Católica.

"É um apelo dirigido a todos aqueles que têm responsabilidades políticas, administrativas, religiosas e educativas para restabelecer a “aldeia da educação”. O encontro não tem como objetivo elaborar programas, mas reencontrar o passo comum a fim de «reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão. O pacto educacional deve ser revolucionário.”

Aliança educativa

“Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna»”, disse ainda Francisco.

Para atingir esses objetivos é preciso coragem: «A coragem de colocar no centro a pessoa (...). A coragem de investir as melhores energias (...). A coragem de formar pessoas disponíveis para se colocarem a serviço da comunidade». A coragem de pagar bem os educadores.

Um Observatório mundial

Na formação de um Pacto Educacional Global, o Papa também vê a “facilitação do crescimento de uma aliança interdisciplinar e transdisciplinar para todos” os estudos, incluindo os eclesiásticos.

Francisco faz votos de que se prossiga positivamente “na realização do programa para os próximos anos, em particular na elaboração de um Diretório, na criação de um Observatório mundial, bem como na qualificação e atualização dos estudos eclesiásticos e um maior zelo pela pastoral universitária como instrumento de nova evangelização”.

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20 fevereiro 2020, 14:03