Papa telefona a arcebispo de Camerino, que vive segundo terremoto com a pandemia
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco tem procurado alternativas para demonstrar proximidade aos fiéis neste momento dramático e ao mesmo tempo complexo vivido pela maioria dos países por causa da pandemia do coronavírus. Na terça-feira (14), o Pontífice ligou para o cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque, manifestando preocupação pelo país mais afetado pelo Covid-19 no mundo. Na Itália, os telefonemas internos foram feitos para Bergamo e a pequena cidade de Camerino.
Camerino vive a pandemia como segundo terremoto
O cardeal Francesco Massara, arcebispo de Camerino-San Severino, na região das Marcas, foi quem recebeu a ligação do Papa que queria notícias sobre a situação neste tempo de epidemia no território atingido pelo sismo. “Como estão as vítimas do terremoto e qual é a situação nos hospitais?”, pediu Francisco.
Como reporta a agência católica de notícias SIR, o bispo disse que a ligação foi uma surpresa: “um telefonema não esperado. Mas quando tocou o telefone, eu pensei que fosse ele. Falei do trabalho extraordinário que os agentes sanitários estão fazendo por cada um de nós”. Foi uma “conversa intensa”, durante a qual o Papa também pediu a dom Massara informações sobre a situação econômica do território inteiro, confirmando “a sua proximidade e as suas orações”.
O arcebispo enfatizou que, para a comunidade, “a pandemia representa um segundo terremoto”. Dom Massara, porém, acredita que se deve olhar também para as coisas positivas, como “a grande solidariedade, o estar”, mesmo se à distância neste momento, “próximos e unidos, a partilha dos sofrimentos que nos ajudarão a encontrar a força para se levantar”.
Jornal de Bergamo faz obra de caridade
O Papa também ligou para o diretor do jornal “Eco di Bergamo”, na Lombardia, que, através de um artigo nesta quarta-feira (15), descreveu o gesto como “Um outro carinho de Francisco”. A ligação a Alberto Ceresoli aconteceu no final da tarde de terça-feira (14), “com intensidade e amor paterno”, pela “grande obra de caridade” que o jornal está fazendo “ao recordar diariamente as vítimas do coronavírus”.
O diretor contou que a ligação chegou de um número desconhecido, um dos tantos recebidos neste último um mês e meio de colegas jornalistas do mundo inteiro. Alberto, então, ao responder à chamada, ouviu do outro lado: “sou o Papa”.
Ainda meio surpreso, o diretor recebeu logo aquele “carinho”, cheio de comoção, quando Francisco disse:
Na rápida troca de palavras, ambos enfatizaram viver “o drama no drama” desta tragédia tão dolorosa que faz com que, quem perde a vida por causa do Covid-19, perde em total solidão, sem nenhum familiar próximo para poder segurar na mão. “Sim, é muito triste”, comentou o Papa, “e acredito que isso torne ainda mais difícil o trabalho de vocês, mas acredito que também o embeleza ainda mais. E justamente por isso volto a agradecer o senhor, e através do senhor, todo o jornal, pela grande, grande obra de caridade que fazem todos os dias”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui